3. Por que o rio Mississipi é chamado de "rio da unidade nacional" pelos estadunidenses?
Soluções para a tarefa
chamado "Rio da Unidade Nacional" rem sido objeto de muitos estudos do maior interesse. Sábios, viajantes ilustres, geógrafos têm escrito obras
notáveis sobre o tema. O sábio prefaciador deste volume destaca-os devidamente. O que constitui o valor do presente trabalho, porém, é que ele não
foi feito só num gabinete de erudito, cercado de documentação minuciosa e
abundante. O autor, filho da terra, conhecedor do que foi escrito, dispõe de
uma fonte mais valiosa: é o "saber de experiências feito", resultante de uma
vivência intensa, observadora e comper!nte.
Focaliza o Médio São Francisco e transmite ao leitor uma intensa curiosidade sobre a formação histórica de uma sociedade original, vivendo num
mundo "ermo e estranho", resultante da fusão das correntes conquistadoras
vindas do Norte, da fúria conquistadora bandeirante e do indígena vencido.
A raça daí derivada é fisicamente forte e resistente, altamente ciosa de sua
terra, com características difíceis de serem compreendidas e diversas de ouuas
áreas da Bahia. Modo de agir, manhas e expedientes dão-lhe feição própria.
A forma pela qual se processou a colonização, através de latifúndios -
imperativo de ordem administrativa -, como não se encontram em outras
regiões do País, infundiu-lhe uma estrutura de caráter feudal, que se transformou depois num tipo especial de coronelismo. As lutas de famílias na
conquista do domínio político, com aspectos sangrentos e cruéis, são estudadas
com realismo e objetividade. A rigor, esses conflitos permanecem até hoje.
O isolamento da região, a escassez da população e a defesa instintiva do
habitante contra o adventício deram origem a uma unidade social costurando
as grandes extensões, dentro de uma mentalidade profundamente brasileira.
A facilitação das comunicaçõe,; do sul do País com o Brasil central tirou
do rio a sua função histórica de via de ac2sso à região mineira. A decadência
do latifúndio, a fragmentação das grandes propriedades, o empobrecimento
conseqüente agravaram o isolamento da região. Para reconstituir a história da
propriedad~, é preciso recorrer aos papéis particulares, porque os cartórios
estão empobrecidos pelas razias e pelas ca!an1idades 'da natureza. O autor,
porém, revela-se um conhecedor profundo 'das. minúcias do povoamento e
da expansão da população.
Valeu