Filosofia, perguntado por luanjanoca2, 9 meses atrás

3 - Explique o que é a moral em Schopenhauer.

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Respondido por darklady91
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A presente dissertação consiste, em primeiro lugar, numa reconstrução e análise dos principais pressupostos teóricos que conduziram Schopenhauer a afirmar que as ações humanas com valor moral são somente aquelas derivadas da compaixão pelos outros. Esses pressupostos são derivados de sua metafísica da vontade, um modelo de caracterização metafísica do mundo e dos seres humanos onde a vontade assume um lugar fundamental, destituindo visões otimistas da condição humana, que apresentam o homem como dotado de poder e autonomia. Contra o pensamento ético tradicional que considera que agimos segundo nosso livre arbítrio, Schopenhauer sustenta que agimos de acordo com nosso caráter e que esse não é construído por nossas decisões ao longo de nossas vidas, mas simplesmente revelado por elas. A metafísica da Vontade, o determinismo presente na doutrina do caráter, bem como o egoísmo que rege o mundo como representação, decorrente do princípio de individuação, representam pressupostos fundamentais para a compreensão da ética schopenhaueriana desenvolvidas em suas principais obras sobre a temática: O mundo como Vontade e Representação e em Sobre o fundamento da Moral. Em segundo lugar, apresentamos as principais críticas que Schopenhauer lança à ética kantiana: primeiramente ao excessivo formalismo kantiano, que separa a moralidade da experiência real de seres humanos, que, segundo Schopenhauer é justamente de onde a ética deveria partir. Posteriormente, apresentaremos a crítica de Schopenhauer ao imperativo categórico como uma lei a priori que se impõe incondicionalmente. Argumentaremos, em terceiro lugar, que a partir dos pressupostos metafísicos e das críticas a Kant, Schopenhauer chega a sua própria concepção da compaixão como fundamento da moral, aonde irá propriamente lidar com o problema de explicar como é possível uma ação com valor moral genuíno em meio ao egoísmo e incessante afirmação de si, que caracteriza nossa condição ordinária. A resposta de Schopenhauer consiste, essencialmente, em dizer que a compaixão é um tipo de ação inteiramente altruísta, voltada para o bem-estar do outro. Por essas características, a compaixão, tal como concebida por Schopenhauer, não pode ser tomada como um sentimento humano simples, como, por exemplo, a raiva ou alegria, mas seu núcleo semântico é definido a partir de um modelo mais próximo de uma atitude de compadecimento (um modo de vero mundo na perspectiva correta ), cujo sentido preciso somente pode ser apreendido a partir da sua metafísica da Vontade. A ação compassiva envolve um estado de identificação com o outro, isto é, a partir do reconhecimento da unidade da Vontade, eu sou capaz de indentificar que o sofrimento do outro possui a mesma configuração que o meu próprio sofrimento. Por fim, no último capítulo, apresentaremos algumas críticas e defesas da proposta de fundamentação moral desenvolvida por Schopenhauer. Boa parte das críticas assume o pressuposto que a compaixão é um sentimento simples e fundante da moralidade. Contra as críticas, nosso principal argumento é que a doutrina de Schopenhauer não é um tipo de sentimentalismo puro, mas que a compaixão é mais uma atitude emocional ampla. Procuramos, ainda, analisar as perspectivas recentes para uma teoria moral centrada na compaixão a partir da análise da abordagem de Lawrence Blum. A partir dessa análise veremos que, apesar das severas críticas, o caminho aberto primeiramente por Schopenhauer tem oferecido direcionamentos fecundos para a reflexão filosófico-moral contemporânea.Eu sei que é muita coisa mas foi o que encontrei! Espero te ajudar
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