3 consequências da intensidade do fluxo de refugiados para Europa nos últimos anos
Soluções para a tarefa
Venezuelanos foram os responsáveis pela maior quantidade de pedidos de refúgio no Brasil em 2017.
Carlos é jornalista e venezuelano. Após se negar a receber propina enquanto trabalhava na TV estatal, foi perseguido e ameaçado. Ele conta que chegou a sofrer um sequestro-relâmpago e a intimidação passou a atingir, também, a sua família. Carlos se viu diante de uma escolha difícil. Deixou tudo para trás e embarcou em um ônibus com destino a Manaus. Da capital amazonense, Carlos partiu para o Recife com todos os pertences que lhe restaram: duas malas e menos de 80 dólares.
Passados dois anos, Carlos vive atualmente em São Paulo, onde trabalha como cozinheiro em um hotel e também abriu seu próprio negócio, um serviço de entrega de comida venezuelana. Agora, Carlos, Marifer e a filha do casal vivem sob o mesmo teto em terras brasileiras. O jornalista é um dos 22 mil venezuelanos solicitantes de refúgio que aguardam uma decisão do Conare (Comitê Nacional para Refugiados) sobre o seu pedido.
De acordo com dados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), desde 2013, quando a crise humanitária na Venezuela se agravou, quase 1,5 milhões de pessoas deixaram o país. Esse contingente só é menor do que o de sírios, afegãos e sudaneses do sul. Os dados revelam a dimensão da maior crise humanitária em curso desde a 2a Guerra Mundial: 68,5 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocarem de seus lares – inclusive dentro de seu próprio país, nos dados referentes a 2017.