3 - Analise a letra da música abaixo e faça o que se pode:
MÚSICA: INÚTIL - ULTRAJE A RIGOR
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nos é indigente
inutit
A gente somos inutit
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz filho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
Inutil
A gente somos inutil
A gente faz musica e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar
Inútil
Qual problema enfrentado no Brasil é denunciado na letra? Escreva e depois corrija - o, utilizando
a norma culta:
Soluções para a tarefa
Resposta:
A letra da música Inútil do grupo Ultraje a rigor denuncia a ALIENAÇÃO como categoria macro dos problemas brasileiros, uma vez que há uma repetição da estrutura " a gente não..." que converge para o título da inutilidade. Assim, a letra faz sentido com o que escritor e filósofo Albert Camus abordou em sua obra O Estrangeiro, na qual alude que a vida não tem nenhum sentido, mas que é a gente que constrói ou dá isso a ela. Nessa referência, ele argumenta que devemos aceitar que viver é um absurdo e que portanto nós "semos inutêis" mesmo, um erro gramatical de propósito para estar em sintonia com a música.
Explicação:
Para a gramática normativa, quando usamos "a gente", sabemos que é no sentido elíptico do "nós", mas a concordância se faz na terceira pessoa do singular. Há também erros de concordância, mas isso é pouca coisa, uma vez que a inutilidade não se preocupa com a gramática, pelo contrário. Assim, o correto para vestibulares, ENEM ou FUVEST, a letra deveria ser escrita sem essa "liberdade poética" e abaixo apenas alguns trechos corrigidos dentro dessa norma:
A gente não sabe, A gente é inútil... Há gringo pensando que nós somos indigentes; ... não há trem para botar....
Finalmente, chama a atenção que a primeira frase alude ao fato de os brasileiros não saberem escolher presidente. Poxa vida, nunca essa afirmação foi tão verdadeira como nesses tempos bozolinos marcados pela pandemia, hein?