3-0 que mudaria em nossa percepção se a instalação de Liliana Porter estivesse em um local
totalmente pintado de preto?
Soluções para a tarefa
Resposta:As novas possibilidades da obra de Liliana Porter
Explicação:
A obra de Liliana Porter nos convoca a refletir sobre novas possibilidades de compreensão do tempo ao questionar a linearidade da sequência temporal. Na obra Forty Years / Cuarenta años (Fig.1, 2013) a artista retrabalhou uma obra de sua autoria feita em 1973, onde fotografou a sua mão desenhada simulando a continuidade de uma linha que se vê no papel suporte da ação. Esta obra funde três momentos distintos, ou seja, a linha desenhada sobre papel, a mão desenhada e colocada junto a linha e por fim a continuação do risco a partir da imagem da mão. Quarenta anos depois a artista fotografa novamente a sua mão com a mesma proposta e justapõe as imagens, adicionando, portanto mais três camadas temporais, além do tempo que visivelmente distancia as duas mãos fotografadas. O resultado final é um trabalho que condensa diversas temporalidades e espacialidades em uma mesma imagem, todos os tempos e espaços vistos unificados em uma mesma perspectiva propondo uma nova possibilidade aonde os tempos e espaços diversos se fundem.
Porter trabalha o tema do tempo de outras maneiras como este pode ser interpretado também na série Reconstruction (Reconstrução), dessa série destaco a obra Red Hat /Chapéu vermelho (Fig.2, 2008), novamente a artista nos convoca a outra interpretação sobre a passagem do tempo que não seja uma sequência linear ao justapor a fotografia de uma estatueta de porcelana quebrada ao lado do que parece ser a mesma estatueta inteira. Esta obra também suscita a questão do simulacro, da imitação, da representação questões também caras a esta artista.
Refletir sobre a dialogia entre representação e realidade é outra possibilidade suscitada pela obra de Porter, sobre isso vamos ouvir a artista quando afirmou em 2011: “A única realidade que existe é nossa relação com as coisas”. Nessa direção perguntamos qual é a linha real? São várias as possibilidades: a linha sobre a mão, sobre o papel, sobre a parede na obra Cuarenta años (Fig.1) ou qual é a imagem real: a foto com a figura estilhaçada ou a figura de porcelana inteira na prateleira de madeira na obra Red Hat /Chapéu vermelho (Fig.2, 2008). As possibilidades que cada obra parece nos propor é de perceber a resposta como relativa à nossa interpretação e assim, a artista nos lembra que toda percepção é uma interpretação, mesmo em referência à temporalidade, a realidade ou ao espaço.