(2) Sobre a origem da poesia texto de Arnaldo Antunes.
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso
não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta
para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais,
nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso
contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece
uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos
se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas
– contaminando o deserto de referencialidade.
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma descrição que
corresponde à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço fundamental:
(a) O desgaste da intuição
(b) A dissolução da memória
(c) A fragmentação da experiência
(d) O enfraquecimento da percepção
Soluções para a tarefa
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resposta A
Explicação: pq esse ex ta no meu livro (=
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não tenho serteza, mais se eu fosse responder. Responderia a questão A
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