2- Qual a importância da ARTE (seja fotografia, arte gráfica ou qualquer outro eixo da arte)
na PUBLICIDADE e PROPAGANDA?
Soluções para a tarefa
Explicação:
a arete inspira a publicidade, mas o contrário também é verdadeiro – prova de que o processo criativo não é limitado e pode percorrer diferentes caminhos, ainda que os propósitos não sejam os mesmos.
Muito antes de o storytelling virar moda, Monteiro Lobato já usava suas narrativas em materiais produzidos para marcas. No início dos anos 1920, criou o personagem Jeca Tatuzinho, cujas histórias eram publicadas em um livreto produzido para os Laboratórios Fontoura. Voltada para crianças, a publicação, que demonstrava a importância da higiene pessoal e destacava o consumo de produtos como Ankilostomina Fontoura e Biotônico Fontoura, alcançou 80 milhões de exemplares distribuídos.
Maria Cristina Dias Alves Doutora em Ciências da Comunicação
Assim como Lobato, outros escritores, pintores e artistas gráficos foram “pioneiros na criação de textos e imagens publicitárias, aplicando conhecimentos das artes no fazer comercial”, descreve Maria Cristina Dias Alves, doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e professora do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Entre os artistas que se dedicaram à publicidade, ela destaca o poeta português Fernando Pessoa, que criou o primeiro slogan da Coca-Cola em Portugal, em 1928: “Primeiro, estranha-se, depois entranha-se”. A campanha acabaria vetada, assim como a bebida, pelo regime ditador de Salazar. Já o pintor francês Toulouse Lautrec é reconhecido como o artista que modernizou a publicidade ao revolucionar o design gráfico usado em cartazes.
No Brasil, Di Cavalcanti trabalhou para a publicidade e criou imagens para um anúncio do dentifrício Odol. Na música, Heitor Villa Lobos, Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Zé Rodrix, Luiz Carlos Sá (da dupla Sá e Guarabira), entre outros, compuseram jingles.
Poetas e escritores brasileiros também deixaram suas marcas na publicidade, como Olavo Bilac, Orígenes Lessa, Ricardo Ramos, Luís Fernando Veríssimo e Paulo Leminski. “Dá para concluir que arte e publicidade sempre estiveram juntas, mesmo porque os cachês pagos pela publicidade ajudaram (e ainda ajudam) muitos artistas a produzirem suas obras pessoais com mais tranquilidade financeira”, revela Maria Cristina, que também é poeta e atua como redatora publicitária.
Outros pontos de contato entre publicidade e arte ocorrem quando obras artísticas inspiram campanhas ou quando as próprias propagandas viram objeto de arte. O maior exemplo disso é o movimento Pop Art (abreviação das palavras em inglês Popular Art). O nome foi utilizado pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte popular que estava sendo criada em publicidade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas ilustradas.
A Pop Art representava os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações. Mas, ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes produzia o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos maiores símbolos do movimento.
Outro movimento artístico com profundas relações com a publicidade é o Bauhaus. Apesar de ter seu nome muito relacionado com a arquitetura, a escola de artes fundada em 1919 por Walter Gropius, em Weimar, na Alemanha revolucionou todo o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto. Esse tipo de visual “clean” até hoje é referência em comunicação visual e design – você encontra, por exemplo, nos produtos da Apple – mas também em diversas obras publicitárias.
Criações como “fearless girl”, da mcCann, para um fundo de investimento, e o filme para a campanha “Rebels on air” da nike, são exemplos de arte aplicadas na propaganda
Um exemplo vem do trabalho de Max Bill, ex-aluno da Bauhaus, que se uniu a Otl Aicher para a criação da Ulm School of Design. Olt foi o responsável pela repaginação do logo da Lufthansa, com forte tendência do movimento. O uso de tipografia sem serifa é outra tendência de anúncios iniciada pelos seguidores da escola, bem os designs de logos com formações geométricas e minimalistas.
A questão é: podemos considerar a publicidade como arte? O que delimita uma coisa da outra?
Uma linha tênue de separação
Quando a arte e a publicidade se conectam, fica difícil definir onde começa uma coisa e termina a outra. Essa questão é discutida há tempos e a reflexão está longe de se esgotar, sobretudo, quando entram em cena todas as possibilidades trazidas pelos recursos digitais e as inúmeras formas de promover intervenções culturais.
“A lei 4.680 de 1965,