História, perguntado por elisasbastianello, 11 meses atrás

2. Quais foram as consequências das ideias de Copérnico, Kepler, Galileu e Newton para a forma se enxergar o mundo, a política e a sociedade?

Soluções para a tarefa

Respondido por kelvincarvalho10
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Em uma carta a Robert Hooke, em 1676, Newton escreveu que “se enxerguei mais longe é porque estava sobre ombros de gigantes”

A história da ciência é completamente permeada por personagens de profunda fé cristã. Muitos deles eram católicos, leigos ou do clero. Muitos outros ainda, cristãos protestantes ou de alguma outra confissão do cristianismo. De todos esses, três cientistas se destacam com facilidade: Kepler, Galileu e Newton. Os três têm muito em comum. Juntos são identificados com unanimidade como pais da astronomia moderna (um termo melhor é astrofísica) e da física, pois lançaram as bases da óptica e da mecânica, além de darem contribuições fundamentais para o heliocentrismo. Mas eles também tiveram em comum uma vida marcada pela fé em Cristo. Kepler era luterano, Galileu católico e Newton um “cristão” anti-trinitarista. A religião marcou a vida de todos eles, embora cada um a seu modo.

Os três viveram em épocas próximas. Kepler nasceu em 1571 e faleceu em 1630, foi contemporâneo de Galileu, que nasceu em 1564 e faleceu em 1642. Newton é de outra geração, nasceu em 1643 e viveu até 1727. Todos eram europeus: Kepler era alemão, Galileu italiano e Newton inglês. Viveram em um período muito interessante, no qual a ciência como entendemos hoje começou a surgir. E é curioso ver neles, lado a lado, comportamentos que consideramos opostos. Kepler foi um dos últimos astrônomos astrólogos e, acima de tudo, um místico. Newton foi um grande alquimista.

Todos fizeram muitas descobertas e não é possível, nem necessário, descrever todas elas aqui. Entretanto, de um modo bastante simplificado podemos dizer que Kepler foi responsável por estabelecer um modelo robusto para os movimentos celestes com suas três leis que descrevem o movimento planetário. Galileu lançou as bases para o desenvolvimento da astronomia através do uso de telescópios e, mais importante, foi o pai do princípio da inércia. Princípio este que Newton utilizou para compor suas três leis da mecânica e unificar a física terrestre com a física celeste. As leis de Newton, com as contribuições de Galileu, explicam as leis empíricas de Kepler e dão uma fundamentação teórica consistente. Porém, acima de tudo a contribuição mais importante dos três está na quebra de paradigmas. Propuseram leis gerais para o universo, ou seja, a natureza se comporta de maneira previsível. Todos deixaram claro em seus escritos que na visão deles essa era a forma como Deus regia o universo.

A inspiração do trabalho de Kepler em busca de um modelo para as órbitas planetárias foi sempre a firme convicção de que Deus trabalha como um geômetra. Seguindo os passos dos pitagóricos ele buscava nas figuras geométricas, especificamente nos poliedros regulares, razões aritméticas que pudessem explicar os períodos e tamanhos de órbitas conforme eram observados. Não era de se estranhar que ele pensasse dessa forma.   O objetivo principal do jovem Kepler era se tornar pastor luterano. Foi no seminário que ele teve contato com a astronomia, mas manteve os estudos teológicos com o forte intuito de ser ordenado ministro. Entretanto, segundo Antonio Pires na sua obra Evolução das ideias da Física, em 1594 Kepler foi indicado para assumir a posição de professor de Matemática e Astronomia na Escola Luterana de Gratz, na Áustria. Foi com muito pesar que se viu obrigado, por razões financeiras, a aceitar o posto. Mas em toda sua vida viu a teologia em harmonia com a ciência. Chegou inclusive a escrever para defender a compatibilidade do modelo de Copérnico com a Bíblia, que como sabemos, foi um dos problemas que resultou no caso de Galileu com a Igreja.

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