2) No que abrange as transformações culturais, quais outras mudanças foram impostas pela corte portuguesa à sociedade colonial (mudanças no Rio de Janeiro)
Soluções para a tarefa
Resposta:
“Não corram tanto, vão pensar que estamos fugindo!”. Esta frase foi atribuída à Carlota Joaquina que, nos idos de novembro de 1807, zarpou do porto de Lisboa para as terras tropicais brasileiras. Era a primeira vez que toda uma corte real europeia migrava “de mala e cuia”, como diz o ditado popular, para uma colônia americana.
Os planos haviam sido traçados pelo seu esposo, Dom João VI, em parceria com os diplomatas britânicos. A meta era escapar do avanço das tropas napoleônicas e, ao mesmo tempo, garantir as trocas comerciais com a potência rival, a Inglaterra. E então, vamos voltar a 1808 para conhecer os motivos da transferência da Corte portuguesa para o Brasil?
AVANTE, FILHOS DA PÁTRIA!
Para compreender melhor as causas da transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, talvez seja interessante retomar aqui um pouquinho de História Geral. Ao longo do século XVIII, a Europa passava por intensas transformações sociais, políticas e econômicas. Era o período do chamado “Iluminismo”, uma força ideológica que defendia o fim do absolutismo e a criação de regimes políticos que fossem representativos da vontade popular.
Nomes como os dos ingleses Thomas Hobbes e John Locke já haviam defendido a individualidade e a sociedade civil como fundamentos de um novo contrato social.
A propriedade privada e a liberdade de expressão se tornavam as novas causas políticas a serem defendidas. E, dessa maneira, seguiu-se a Revolução Americana que, em 1776, garantiu a independência das Treze Colônias e fundou um novo país, os Estados Unidos da América. Em 1789, seria a vez da Europa ser varrida pelos ventos liberais da Revolução Americana.
Agora, os nomes também seriam franceses: Montesquieu teorizava sobre a divisão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) como forma de combate à tirania. Diante das rivalidades políticas e religiosas que assombravam o continente, Voltaire defendia a tolerância como um valor político universal e fundamental para o convívio numa sociedade entre iguais.
Lembre-se: tolerar implica em reconhecer diferenças e aprender a conviver com elas. A tolerância, assim, nos ensina que o fundamental é, antes de tudo, compreender, sendo a concordância um próximo passo em direção a uma política social mais justa.
E esses mesmos ventos liberais também promoveram rebeliões na colônia brasileira no mesmo período: você deve se lembrar que o final do século XVIII brasileiro foi marcado pelas Conjurações Mineira e Baiana, em 1789 e 1798, respectivamente.
“Conjuração” significa, ao mesmo tempo, “jurar juntos” e “conspirar”. Dessa maneira, como afirma o historiador Boris Fausto, esses nomes já nos indicam como setores letrados da sociedade colonial brasileira tinham acesso a livros, jornais e panfletos europeus e norte-americanos que pregavam a liberdade individual e a autonomia política.
Resposta:
A mudança da Família Real para o Brasil provocou o fim do sistema colonial e criou as condições para que o nosso país pudesse viabilizar a sua independência. Afinal, houve uma série de novidades, tais como:
a criação de um Banco do Brasil;
a emissão de papel moeda e a criação de um circuito de créditos financeiros;
a criação de uma Academia Real de Belas Artes inspirada nos moldes franceses;
a permissão para o desenvolvimento de uma imprensa escrita (em toda a nossa história colonial, a fabricação e circulação de livros eram proibidas!);
e, enfim, a entrada e circulação de muitos novos produtos ingleses que dinamizaram a nossa economia.