Português, perguntado por arthur9paradelp7n4ng, 10 meses atrás

2— Leia o texto a seguir e responda. EU INTERMINÁVEL Quando parece que já sabemos direitinho quem somos, um novo dia amanhece e traz hesita- ção: fica claro que não, que não existe essa história de estar completo, finalizado. Eu sei quem sou até este exato instante em que escrevo, mas antes de terminar este texto há uma chance de tudo mudar. Pode o telefone tocar e eu ser convidada para algo que nunca fiz, ser procurada por alguém que vai mudar minha vida ou golpeada por uma notícia que me amadurecerá. E serei um pouco mais (ou um pouco menos) do que sempre fui, este “sempre fui” tão cheio de ondulações e curvas — minha vida é uma estrada quase sem retas e sem uma pista para acostar. A cada dia, um fato vira memória, uma pessoa volta do passado, uma ilusão se desfaz, outra desperta, o céu troca de cor, um plano ganha avalista, as vontades confabulam, e eu vou as- similando novos elementos à minha identidade, essa identidade que nunca se conclui. Queria tanto saber quem sou, mas como arriscar uma definição se ainda me restam três ou quatro parágrafos e um punhado de anos pela frente? Tenho duas dúvidas a tirar com um colega com quem iniciei um novo projeto, uma de- claração ensaiada para quando estiver frente a frente com alguém que nunca ouviu de mim certos verbos, uma alegria ao antever o encontro com uma amiga que está longe dos meus abraços, fome de algumas coisas que ainda não provei e umas incertezas que doem e para as quais não há cura enquanto eu não acabar de me entender, e eu não acabo nem quando me deito e durmo. Eu apago e acordo no sonho, no delírio etéreo de uma noite povoada por desejos incons- cientes e mensagens que decifro com dificuldade, há alguma coisa em mim ainda sendo cons- truída e, quando desperto de fato, este dia a mais de vida me encontra ainda mais indefinida. Então, abro a janela e o céu está com uma luz diferente, tenho um receio que não tinha antes e um problema a menos a resolver, um compromisso apressa meu banho e o reflexo do espelho revela que emagreci, descubro uma saudade ampliada de alguém e um desdém que não estava ali, o dia não é o mesmo de ontem e eu já não sou também. E ao ligar o computador para responder à pergunta de um estudante de Jornalismo que pede para que eu me revele, que eu explique, afinal, quem sou, de preferência com poucas pa- lavras e precisão, invento qualquer bobagem que justifique a que vim, que esclareça como fui parar aqui e ser assim, enquanto trato de espiar as previsões astrais para o meu signo, de lidar com os espantos e o mistério que ainda não elucidei — e diante de tanto “não sei” me deformo, me reformo, me amoldo, me dilato e admito, ao menos para mim, que sou isso, um eu sem fim. Fonte: MEDEIROS, Martha. Quem diria que viver ia dar nisso. Porto Alegre: L&PM, 2018. 01. Há algumas palavras na língua portuguesa que têm a função de conectar orações. Essas palavras estabelecem uma relação de sentido, seja comparar, finalizar, alternar, concluir, adicionar, explicar entre outros. A partir disso, leia os trechos abaixo e indique qual a relação estabelecida pelos termos em destaque nos trechos. a) “Quando parece que já sabemos direitinho quem somos, um novo dia amanhece e traz he sitação...” b) “Queria tanto saber quem sou, mas como arriscar uma definição se ainda me restam três ou quatro parágrafos...” c) “ser procurada por alguém que vai mudar minha vida ou golpeada por uma notícia que me amadurecerá.” 02. Agora, indique as circunstâncias dos advérbios destacados nos trechos. a) “Quando parece que já sabemos direitinho quem somos, um novo dia amanhece...” b) “E serei um pouco mais (ou um pouco menos) do que sempre fui...”

Soluções para a tarefa

Respondido por HeySophiasoso21
118

resposta:

1.a) conjunção aditiva "e".

b)conjunção adversativa "mas".

c)conjunção alternativa "ou".


raissabarreto104: Obgda
meireantonia14: obrigadao
Respondido por FaelNascimento
1

1.a) conjunção aditiva "e".

b)conjunção adversativa "mas".

c)conjunção alternativa "ou".

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