2) Leia o poema
Catar feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
Fonte: MELO NETO, João Cabral de. In: A Educação pela Pedra. Alfaguara Brasil: Rio de Janeiro, 2008.
Sobre a estrutura do poema de Melo Neto, não se pode afirmar que
I. é irregular, por não conter rimas;
II.é composta de oito versos em cada estrofe;
III.é regular devido ao número de sílabas de cada verso;
IV.se utiliza de sinais de pontuação para suprir ritmo ao texto;
V. as estrofes se complementam, tratando de assuntos distintos, embora relacionados.
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Resposta:
IV.se utiliza de sinais de pontuação para suprir ritmo ao texto
Explicação:
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