2) Alem da França, quais outros países se musicalmente trovadores ?
3) Na Itália os trovadores eram conhecidos com:
4) 0 mais antigo francês se chama?
5) Qual trovador inseriu ( colocou ) letras melodias ?
quem poder me ajudar...
fico grata ❤️
Soluções para a tarefa
[...]
(D. Dinis, em Cantigas de D. Dinis, B 521b, V 124)
[1] mesura: “cortesia”
[2] senhor: “senhora”. Os sufixos terminados em “or” não possuíam flexão feminina.
[3] amercear: “compadecer-se, sentir compaixão”
[4] grave: “difícil, infeliz”
Cantigas de amigo
Embora compostas por trovadores homens, representam sempre uma voz feminina. É a dama quem vai expor seus sentimentos, sempre de maneira discreta, pois, para o contexto provençal, o valor mais importante de uma mulher é a discrição. A donzela dirige-se por vezes à sua mãe, a uma irmã ou amiga, ou ainda a um pastor ou alguém que encontre pelo caminho. Existem sete categorias de cantigas de amigo:
- as albas, que cantam o nascer do Sol;
- as bailias, que cantam a arte da dança;
- as barcarolas, de temática marítima;
- as pastoreias, de temática bucólica;
- as romarias, de celebração religiosa;
- as serenas, que cantam o pôr do Sol;
- as de pura soledade, que não se enquadram em nenhum dos temas anteriores.
Oy eu, coytada, como vivo em gran cuydado
por meu amigo que ey alongado!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda
Oy eu, coytada, como vivo em gran desejo
por meu amigo que tarda e non vejo!
Muyto me tarda
o meu amigo na Guarda
(D. Sancho I ou Alfonso X [autoria duvidosa], Cancioneiro da Biblioteca Nacional, B
Cantigas satíricas
Destinam-se a ironizar ou difamar determinada pessoa. Existem dois tipos de cantigas satíricas: as de escárnio e as de maldizer.
Cantigas de escárnio
São mais irônicas e trabalham sobretudo com trocadilhos e palavras de duplo sentido, sem mencionar diretamente nomes. São críticas indiretas: é um “mal dizer” de maneira encoberta, insinuada.
Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, se Deus mi perdom,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
(João Garcia de Gilhade, Cancioneiro da Biblioteca Nacional, B 1485 V 1097)
Nessa cantiga de escárnio, o trovador responde a uma dama que se teria queixado de nunca ter recebido dele nenhuma trova. Irônico, ele diz que fará, então, uma cantiga para louvá-la, chamando-a “dona feia, velha e louca [sandia]”.
Cantigas de maldizer
São aquelas em que os trovadores apontam direta e nominalmente o alvo de suas sátiras, de forma propositalmente ofensiva e fazendo uso de vocabulário grosseiro.
Da mulher vossa, ó meu Pero Rodrigues
Jamais creiais no mal que falam dela.
Pois bem sei eu que ela por vós mui zela,
Quem não vos quer vos traz somente intrigas!
Pois quando deitou ela em minha cama,
A mim mui bem de ti ela falava,
Se a mim deu o corpo, é a vós quem ela ama.
(Martim Soares, versão de Rodrigues Lapa, em Crestomatia arcaica)
Veja também: Humanismo: período de grande desenvolvimento da literatura
Cancioneiros
As cantigas do trovadorismo chegaram até nosso conhecimento pelo registro dos Cancioneiros. Trata-se de livros, geralmente manuscritos, que são compilados com as letras e, às vezes, notações musicais das canções, além de ilustrações. São três os principais Cancioneiros.
Cancioneiro da ajuda: compilação de textos do século XIII, foi descoberto na biblioteca do Colégio dos Nobres apenas no início do século XIX. Possui 310 cantigas, em sua maioria de lírica amorosa, e permaneceu inacabado, o que é perceptível por possuir iluminuras com as pinturas incompletas ou ainda apenas com o desenho traçado.
Folha do manuscrito do Cancioneiro da ajuda, conjunto de poemas escritos no século XII. [1]
Cancioneiro da Biblioteca Nacional: manuscrito copiado na Itália no começo do século XVI, por inciativa do humanista Angelo Colocci, com base em outro manuscrito de origem medieval desconhecida. Contém 1560 poemas de cerca de 150 trovadores e menestréis galego-portugueses, compostos entre os séculos XII e XIV, nos gêneros lírica amorosa e sátira.
Cancioneiro da Vaticana: também copiado por Angelo Colocci, na Itália, recebe esse nome por ter sido encontrado na Biblioteca do Vaticano. É composto de 1205 cantigas, das quais 138 são de autoria de D. Dinis.
Resumo
Foi um movimento poético-musical;
Desenvolveu-se na Idade Média, entre os séculos XI e XIV;
As composições chamavam-se cantigas e eram geralmente acompanhadas de música e dança;
Cantigas de amor (cavaleiro declara amor e coita à dama);
Cantigas de amigo (sempre na voz feminina);
Cantigas de escárnio (ironia e crítica indireta);
Cantigas de maldizer (ofensivas e diretas, citando nomes);
As cantigas chegaram aos nossos dias graças ao Cancioneiros;
Os trovadores oficiais tinham