2 A chegada da Missão Artística Francesa em 1816 trouxe para o Brasil alguns artistas europeus, entre eles Joachin Lebreton, Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e tantos outros pintores, escultores e arquitetos Eles fizeram muitos registros sobre o Brasil com base em sua escola artística e olhar europeu, fortemente influen- identificar pontos comuns e o contraste que havia entre a Europa e o Brasil. Debret fez algumas observações sobre ciados pelo etnocentrismo e pela novidade diante do que encontraram. Nas produções dessa época, é possível a sociedade do Rio de Janeiro em sua obra Uma tarde na praça do Palácio. Leia o texto a seguir e responda as questões em seu caderno. [...] na classe média - a camada social] mais numerosa, o pequeno capitalista, proprietário de um ou dois escravos negros trabalhadores, cujo produto diário, recolhido ao fim de cada sernana, basta à sua existência. Satisfeitos com essa fortuna, ou melhor dizendo, a posse desse imóvel expressivo, adquirido por herança ou pelo fruto de suas economias, ocupa filosoficamente o resto da vida na monotonia dos seus passatempos habituais. In: BANDEIRA, Júlio; LAGO, Pedro Correa, Debret e o Brasil - obra completa DEBRET, Jean-Baptiste. 1826. Rio de Janeiro: Capivara, 2008. p. 173. Observe novamente a obra de Debret, Uma tarde na praça do palácio, na página 136, e responda: a) Onde se passa a cena? Como é esse lugar? Descreva. b) Quais são as personagens retratadas por Debret? Como elas são representadas? c) Comente com suas palavras qual foi a percepção de Debret sobre a camada média da sociedade do Rio de Janeiro, d) De acordo com a obra e o relato de Debret, o que podemos perceber sobre a sociedade brasileira daquela época? e) visite uma praça em sua cidade e faça um registro fotográfico da paisagem, das pessoas e das atividades mais recorrentes naquele local. Elabore um comentário que possibilite comparar a sociedade brasileira dos dias de hoje com a do tempo de Debret. Quais foram as permanências e mudanças?
Soluções para a tarefa
Resposta:
a) A cena se passa no Rio de Janeiro, na Praça do Palácio Real, onde atualmente se encontra a Praça XV de Novembro. É um local próximo ao porto, onde é possível visualizar muitos navios. O local é movimentado, com pessoas de diferentes camadas sociais. O nome indica que se trata de um local próximo ao palácio real.
b) Na cena há o predomínio de pessoas do gênero masculino. Aparecem duas mulheres negras e escravizadas. Elas estão descalças, com vestidos até a canela, usando xales e turbantes. Cada uma segura um tabuleiro e uma moringa (jarra). A imagem sugere que elas estão oferecendo os produtos de seus tabuleiros e das moringas a dois homens brancos. Eles estão sentados em uma escadaria e parecem se servir dos produtos oferecidos pelas mulheres. O da direita usa chapéu bicorne, casaca, calça longa e sapatos. O da esquerda, cartola, casaca, calça e botas longas. À esquerda da obra, dois homens escravizados aparecem vestidos com camisas, calças compridas e descalços. Um deles parece beber algo diretamente de um barril. À direita da obra, um homem, vestido com uniforme, segura uma arma. Ele apresenta uma posição de vigilância.
c) De acordo com a representação de Debret, a classe média do Rio de Janeiro parecia não se importar com o trabalho e esperava que todos os trabalhos fossem feitos pelas pessoas escravizadas. O registro de Debret chama a atenção para a postura ociosa e aparentemente monótona dessa camada da sociedade.
d) Com base nos elementos representados por Debret, percebemos que havia uma evidente distinção entre as pessoas que eram livres e não trabalhavam e as que eram escravizadas e trabalhavam. É possível verificar ainda a preocupação do pintor em retratar a convivência muito próxima entre as pessoas de diferentes camadas sociais nos espaços.
e) Resposta pessoal. O objetivo é trabalhar a observação e a análise da paisagem urbana, comparando elementos de continuidade e ruptura.
Explicação: espero ter ajudado:)