17) O texto a seguir é um trecho da carta deixada por D. Pedro I a seu filho, Pedro de Alcântara, quando da sua partida para a Europa em 1831:“Meu querido filho e imperador… Deixar filhos, pátria e amigos, não pode haver maior sacrifício; mas levar a honra ilibada, não pode haver maior glória. Lembre-se sempre de seu pai, ame a sua e a minha pátria, siga os conselhos que lhe derem aqueles que cuidarem de sua educação, e conte que o mundo o há de admirar… Eu me retiro para a Europa… Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai que se retira saudoso e sem mais esperanças de o ver. D. Pedro de Alcântara, 12 de abril de 1831.”Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil, coroado em 1822, D. Pedro I foi levado à abdicação nove anos depois. Diversos fatores contribuíram para essa decisão do imperador, dentre os quais se pode destacar: *
a) a grave crise econômica causada pela superprodução do açúcar, que fez baixar drasticamente seu preço no mercado externo, afetando diretamente a balança comercial brasileira.
b) a pressão exercida pelo governo britânico, insatisfeito com as medidas absolutistas do imperador, em nome da manutenção de uma Monarquia Constitucional que se espelhasse no modelo liberal inglês.
c) a perda do apoio político de grande parte da elite política, formada por grandes fazendeiros e comerciantes, insatisfeita com o autoritarismo de D. Pedro I, evidenciado pela criação e utilização do Poder Moderador.
d) a grande pressão popular, através de manifestações violentas na Corte, exigindo do imperador a adoção do voto universal, o fim da escravidão e uma reforma agrária radical.
e) nenhuma das alternativas acima.
Soluções para a tarefa
O reconhecimento internacional da Independência, em decorrência dos tratados firmados com Portugal (1825) e Inglaterra (1826), assim como a perda da Província Cisplatina, que se tornou o estado independente do Uruguai, afetaram as finanças do Império e contribuíram para o desgaste político do imperador D.Pedro I.Paralelamente, com a morte de d. João VI (1826), cresciam os embates em torno da sucessão ao trono português, entre d. Pedro, herdeiro legítimo, e seu irmão d. Miguel. D. Pedro abdicou em favor de sua filha, Maria da Glória, afastando assim os temores de uma nova união entre Brasil e Portugal. Esses acontecimentos contribuíram para que d. Pedro I abdicasse ao trono brasileiro, no dia 7 de abril de 1831, partindo para Portugal. Aqui ficou seu filho Pedro de apenas cinco anos de idade como futuro imperador.
Em meio a estas tensões, D. Pedro I resolve fazer uma visita aos liberais de Minas Gerais, em 1831. Não é bem recebi nesta província, e então, quando regresso para o Rio de Janeiro, os portugueses que residiam nesta cidade e eram seus partidários, fizeram uma festa com luminárias para receber o imperador. Os brasileiros, descontentes, começaram a quebrar as janelas dos portuguesas. Estes últimos revidaram atirando garrafas contra os primeiros, constituindo assim o episódio conhecido como Noite das Garrafadas.
O cenário europeu também demonstrara sinais de uma nova reviravolta. Em 1826, D. João VI morreu, e isto gerava uma nova tensão no Brasil, haja vista que D. Pedro I era herdeiro do rei morto. Além disso, em 1830, o rei Carlos X, da França tem seu governo interrompido, sendo instituída neste país a Monarquia de Junho, de tendências liberais, o que ameaçava mais ainda os interesses dos monarquistas de orientação absolutista, que faziam coro com o governo de Pedro I.
É correta a alternativa C, tendo sido a abdicação de Dom Pedro I motivada tanto por pressões internas dos grupos sociais mais poderosos quanto pela situação política instável que Portugal vivia então.
No aspecto nacional, Dom Pedro I, antes visto como uma figura unificadora, passou a ser visto como excessivamente autoritário na década de 1830, passando a sofrer maior resistência dos latifundiários nacionais que queriam maior autonomia para as províncias, ideia contra a qual Dom Pedro I se opunha com bastante radicalidade.