14)(Fameca-2006) Sabemos que, em Hiroshima, morreu um mundo e nasceu outro. A criança de lá passou a ser cancerosa antes do parto. Mas há entre nós e Hiroshima, entre nós e Nagasaki, toda uma distância infinita, espectral. Sem contar, além da distância geográfica, a distância auditiva da língua. Ao passo que o cachorro é atropelado nas nossas barbas traumatizadas. E mais: -nós o conhecíamos de vista, de cumprimento. Na época própria, víamos o brioso viralata atropelar as cachorras locais. Em várias oportunidades, ele lambera as nossasbotas.E, além disso, vimos tudo. Vimos quando o automóvel o pisou. Vimos também os arrancos triunfais do cachorro atropelado. Portanto, essa proximidade valorizou o fato, confere ao fato uma densidade insuportável. A morte do simples vira-lata dá-nos uma relação direta com a catástrofe. Ao passo que Hiroshima, ou o Vietnã, tem, como catástrofe, o defeito da distância.(Nelson Rodrigues, crônica intitulada O cachorro atropelado, escrita em 13.05.1968)Interpretando o texto em sua linguagem figurada, responda às seguintes questões:a)O que você entende por morreu um mundo e nasceu outro?b)O que você entende por Na época própria, víamos o brioso vira-lata atropelar as cachorraslocais?
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Resposta: a) Após o ataque dos EUA à Hiroshima, ela passou por modificações tanto no seu território, quanto na sua politica.
b) Um país que poderia ser considerado à margem, tinha, na verdade, um certo potencial e incomodava aos que queriam se tornar uma hegemonia mundial.
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