10) Quais as principais características das produções artísticas da Artista Mary Silva?
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Resposta:
Arte naïf é um conceito da crítica e história da arte desenvolvido a partir do reconhecimento da obra de Henri Rousseau (1844-1910), um pintor autodidata que expôs suas pinturas no Salão dos Independentes de Paris, em 1886. Suas pinturas despertaram a ironia de críticos acadêmicos, que o chamaram de naïf (ingênuo ou inocente, em francês), mas foram valorizadas por figuras da vanguarda como o poeta Guillaume Apollinaire, o dramaturgo Alfred Jarry, e os pintores Robert Delaunay, Paul Signac, Picasso, Matisse, Paul Gauguin e Kandinsky. Elas não guardavam nenhuma das convenções da arte acadêmica, a corrente dominante, contra a qual os Independentes lutavam, e tampouco se assemelhavam com eles, em geral alinhados às correntes impressionista e pré-modernista.[1][2] Segundo Maria Helena Freitas, "quando o artista Henry Rousseau foi rotulado com o termo naïf, com o objetivo de menosprezar a sua obra, ocorreu o inverso; as inúmeras críticas desfavoráveis, que no início levou o público às risadas, com o passar do tempo, acabaram por despertar a atenção e curiosidade para conhecer o seu trabalho, com a posterior aceitação do seu estilo".[3]
Mirko Virius: A procissão, 1937.
A partir deste modelo as características do seu estilo foram projetadas sobre a obra de inúmeros outros artistas, do passado e do presente, identificando padrões gerais recorrentes. A aceitação desta forma de arte cresceu constantemente ao longo do século XX, foi mesmo uma influência importante para algumas correntes da vanguarda, e nas últimas décadas vem ganhando um público mais amplo de especialistas e leigos.[1][2] Muitas exposições são programadas pelo mundo todos os anos, muitos museus se dedicam exclusivamente a esta forma de manifestação, e em muitos outros ela tem algum espaço.[4] Mesmo assim, ainda permanece como uma expressão marginal no grande mercado, e para muitas pessoas essa arte sequer é arte verdadeiramente.[2] Para o historiador Robson da Costa,
"As vanguardas artísticas do início do século XX, trazendo no seu bojo o questionamento a todas as regras vigentes na arte acadêmica e a negação do estabelecido, reforçaram a consolidação da arte naїf como poética artística moderna. A estética naïf embora emergente no contexto do período desenvolvimentista, com valorização do poder da máquina, da tecnologia, do capitalismo e do progresso, marca maior do modernismo, está ligada à visão romântica do artista, que busca o original, o puro, o imaculado, um mundo sui generis, revivendo o conceito de ‘homem natural’ proposto pelo filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau".[5]
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