10. Explique a posição da ONU e dos Estados Unidos em relação a Guerra do Iraque. *
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Resposta:
A Invasão do Iraque em 2003, que começou a 20 de março de 2003 e terminou em 1 de maio do mesmo ano, foi a primeira etapa do que se tornaria um longo conflito, a Guerra do Iraque. Foi lançada com o nome de "Operação Liberdade do Iraque" pelos Estados Unidos e aconteceu no contexto da Guerra Global contra o Terrorismo. A invasão durou apenas 21 dias e foi bem sucedida. Os americanos receberam apoio militar do Reino Unido, da Austrália e da Polônia. O objetivo era derrubar o regime baathista de Saddam Hussein. A fase da invasão do conflito foi curta e consistiu em combate convencional e na ocupação de boa parte do Iraque, resultando na destituição do governo que estava no poder. A ditadura de Saddam entrou em colapso logo após a queda de Bagdá.
Apenas quatro países enviaram tropas na fase de invasão, que foi de 19 de março a 1 de maio de 2003. Os Estados Unidos contribuíram com a maior força (148 000 soldados) que formavam a vanguarda da Coalizão. O Reino Unido enviou 45 000 militares a frente de batalha, a Austrália 2 000 e a Polônia apenas 194 soldados (a maioria forças especiais). Outras 36 nações contribuíram com tropas e observadores após a invasão ter sido concluída. O Kuwait e a Arábia Saudita ofereceram seus territórios para apoiar as forças aliadas.[17] No norte do Iraque, a milícia curda conhecida como Peshmerga também apoiou a invasão incondicionalmente.
De acordo com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, a missão da coalizão era "desarmar o regime iraquiano, encerrar o apoio de Saddam Hussein a organizações terroristas e libertar o povo iraquiano".[18] Os motivos citados para a guerra, contudo, foram controversos. O general americano Wesley Clark, um ex comandante da OTAN e diretor do Gabinete de Estratégia e Política, descreveu no seu livro Winning Modern Wars ("Vencendo Guerras Modernas", lançado em 2003), conversas com oficiais de alta patente do Pentágono após os atentados terroristas de 11 de setembro, sobre o planejamento de invadir sete países do Oriente Médio em um período de cinco anos. Ele falou: "enquanto eu caminhava pelo Pentágono em novembro de 2001, um dos oficiais graduados das forças armadas tinha um tempo para conversar. 'Sim, nós ainda estamos seguindo com os planos para o Iraque', ele me disse. Mas ele foi além. Isso tudo era parte de uma campanha de cinco anos, ele falou, e havia planos para atacar sete países, começando pelo Iraque, então a Síria, o Líbano, a Líbia, o Irã, a Somália e o Sudão".[19] Nada disso foi confirmado, mas a liderança militar americana realmente lançou uma agenda de campanhas militares após o 11 de setembro, com o intuito de combater o terrorismo.[20][21] De acordo com os britânicos, o que impulsionou o conflito foi o fracasso do Iraque em se dispor a se desarmar de todo o seu arsenal nuclear, químico e biológico, que os americanos e seus aliados ingleses acreditavam ser uma ameaça a paz global.[22] Em 2005, um relatório divulgado pela Central Intelligence Agency (CIA) reportou que, desde 1991, o Iraque não tinha nenhum programa ativo para construção de armas de destruição em massa.[23]
Além dos supostos programas de armas de destruição em massa, outra acusação feita contra o Iraque era de que o regime de Saddam apoiava e financiava grupos terroristas, como a al Qaeda. Apesar da ausência de provas que realmente comprovassem tal ligação, em uma pesquisa de opinião feita em janeiro de 2003 pela rede CBS afirmava que 64% dos americanos apoiavam uma ação militar contra o regime iraquiano. Contudo, 63% dos entrevistados afirmavam que preferiram que Bush tivesse buscado uma saída diplomática e pelo menos 62% acreditavam que esta guerra aumentaria a ameaça do terrorismo contra o país.[24] A invasão do Iraque foi fortemente criticada por velhos aliados dos Estados Unidos, como a França, a Alemanha e a Nova Zelândia, e muitos países da OTAN se recusaram a enviar tropas em apoio aos americanos.[25] Os líderes dessas nações argumentaram que não havia provas que comprovassem que as acusações feitas pelos americanos eram reais e que um ataque ao país seria uma violação da lei internacional. Nos meses anteriores ao conflito houve grandes protestos por várias cidades do mundo. Estas acabaram sendo as maiores manifestações antiguerra da história até então.[26]
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