10. Durante a Ditadura Militar na Argentina, ,
nasceu alguns movimentos sociais, Dentre os
movimentos destacamos dois, quais?
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Resposta:
O movimento das Mães na Praça de Maio, em Buenos Aires, denuncia até hoje as prisões e torturas na ditadura argentina, de 1976 a 1983. No mesmo período, regimes parecidos assumiram o Executivo de outros países pela América Latina, possibilitando uma união nas estratégias de repressão dos cidadãos opositores. Afinal, você sabe como funcionou a Operação Condor? Vamos entender juntos a ditadura na Argentina e a tática de desaparecimento de pessoas – e como há quem as procure até hoje.
OPERAÇÃO CONDOR: A COOPERAÇÃO REGIONAL PARA A REPRESSÃO
Durante as décadas 60 e 80, o Cone Sul esteve marcado por diversos processos de instauração de ditaduras civil-militares: Argentina (1976-1983), Brasil (1964-1985), Chile (1973-1990) e Uruguai (1973-1985). Naquele período, instrumentos políticos, legais e sociais legitimavam as atividades e técnicas de repressão (prisões arbitrárias, perseguições políticas, ameaças, tortura, imposição de medo) que se justificavam como formas de defender a nação contra a subversão, especificamente as ideologias das esquerdas marxista e comunista, dentre outras.
O que não se sabia naquela época de maneira explícita era que essas ditaduras atuaram de forma coordenada para se ajudarem na troca de informações, facilitando a identificação de cidadãos considerados “subversivos”. Com a abertura de documentos sobre as ditaduras, descobriu-se que existiu um plano de cooperação regional para a repressão, chamado Operação Condor.
O projeto é fruto de uma reunião no Chile em 1975, durante a ditadura de Augusto Pinochet, que contou com o apoio da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Articulada e coordenada pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, a Operação Condor tinha por objetivo reprimir, vigiar, torturar, sequestrar, fazer desaparecer e assassinar movimentos políticos de oposição aos governos militares através da troca de informações entre os países.
A estratégia contava com os órgãos oficiais dos governos, como demonstra Penna Filho (2009) em sua análise sobre o papel do Itamaraty como o órgão brasileiro que recebia e repassava informações sobre nacionais e estrangeiros entre as embaixadas e consulados da região.
A Argentina é um país marcado por inúmeros períodos nos quais governos militares conduziram o país. Conforme Hugo Quiroga (2005), a Argentina passou por governos militares “clássicos” (1930, 1943, 1955 e 1962) nos quais o objetivo era colocar ordem no Estado. Além disso, o que se diferencia dos outros períodos militares de 1966 e principalmente 1976, é que as Forças Armadas ganharam um papel estratégico na reestruturação do Estado e da sociedade argentina, não visto nos governos militares anteriores.
O uso de técnicas de violência já ocorria antes da ditadura de 1976, como se observa no governo democrático de Isabel Perón (María Estela Martínez de Perón) em 1973. Autorizadas pela viúva do ex-presidente Juan Domingo Perón, as Forças Armadas e grupos paramilitares perseguiam organizações sociais e políticas de esquerda para eliminar a subversão e qualquer tipo de oposição política ao governo. O principal grupo paramilitar que continuou a agir paralelamente e conjuntamente ao Estado, também em 1976, foi a Aliança Anticomunista Argentina ou Triple A (AAA).
Com a escalada da violência, dificuldades de manter um governo coeso e que respondesse às demandas sociais e dos diversos atores políticos, Isabel Perón foi destituída do poder através da ocupação do Congresso Nacional pelas Forças Armadas, em março de 1976.
A destituição dos partidos políticos e detenções de milhares de ministros, sindicalistas e militantes do governo de Isabel Perón classifica o que se entende por um Golpe estatal ou militar, segundo Guillhermo O’Donnell (1990). A partir de então, o país seria comandado por uma Junta Militar composta por três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea).
Entre 1976 e 1983, a Junta Militar foi dirigida por quatro generais: Jorge Videla (1976-1981); Roberto Viola (1981); Leopoldo Galtieri (1981-1982) e Reynaldo Bignone (1982-1983). O chamado Processo de Reorganização Nacional era como a Junta denominava seu projeto para reestabelecer a ordem nacional através de quatro objetivos: