1. Responda:
a) Como as vogais tônicas livres do latim vulgar conservaram-se em geral, nas línguas românicas?
b) Como a vogal “A” permaneceu em quase todas as línguas românicas?
c) Quanto às vogais tônicas entravadas, demonstre como permaneceu a vogal “I” em todas as línguas.
d) Quanto às vogais átonas, como permaneceu o “E” final?
e) Havia ocorrência do ditongo no latim clássico? Quais eram e quais seus respectivos tratamentos?
f) Como ocorreu a transformação da oclusiva inicial “C” do latim vulgar às línguas românicas?
g) Como ocorreu a transformação da consoante medial “P” do latim vulgar às línguas românicas?
h) Como ocorreu a transformação do “S” final do latim vulgar às línguas românicas?
i) O que aconteceu com os grupos iniciais “BR”, “CR”, “DR”, “FR”, “GR”, “PR” e “TR” do latim vulgar às línguas românicas?
j) O que aconteceu com os grupos mediais “BL”, “CL”, “GL” e “PL” do latim vulgar às línguas românicas?
Soluções para a tarefa
Entre as homenagens que este Congresso Nacional de Lingüística e Filologia presta ao filólogo Antônio Houaiss, certamente cabem algumas considerações filológicas pancrônicas sobre alguns aspectos dos sistemas vocálicos, sobretudo quando tônicos, das línguas românicas, herança que são do sistema latino. A base comum latina foi perdendo, num período de alguns séculos, a antiga característica vocálica da quantidade, herdada do indo-europeu, substituindo-a pelo sistema da intensidade, em que se diferenciam claramente vogais tônicas e átonas, aberta e fechadas, freqüentemente fator importante de distinção fonológica, portanto, significativa. Por influência do substrato, do superstrato e até dos adstratos das diversas regiões da România, o sistema vocálico tônico do latim vulgar foi adquirindo coloração local; deu-se tratamento diferenciado às vogais médias de timbre aberto ou fechado, cuja diferenciação remonta às variações latinas de breve ou longa. Desse modo, para sabermos se a tônica de determinada palavra deve ser pronunciada aberta ou fechada, ou a razão de existirem pares cuja distinção única se faz pelo timbre da tônica, basta recorrer ao étimo latino e verificar se a correspondente era breve ou longa: se breve, a correspondente é aberta; se longa, fechada. Por exemplo, lat. de)cem > port. de7z; no(vem > no7ve, mas ace#tu > aze8do e to#tu > to8do. Tal correspondência, porém, não é absoluta; a fidelidade à tradição latina é bastante variável de uma para outra língua românica. Sob esse aspecto, uma comparação entre as línguas românicas torna-se muito profícua e esclarecedora. Antes, porém, é preciso recordar alguns aspectos da fonética latina, embora bem conhecidos.
O latim herdara do indo-europeu a quantidade das vogais, que consistia em emiti-las de modo mais prolongado quando longas ou mais rápido quando breves. Desse modo, o latim dispunha, na prática, de dez vogais fonologicamente distintas, divididas em duas séries de cinco longas e cinco breves: Longasa#e#i#o#u#Brevesa(e(i(o(u(