1- quem foi josue de castro e qual a importancia dele para o estudo da fome no brasil. 2- quis os principais fatores que potencializam a desigualdade social geram pobreza na populaçao . ME AJUDEM POR FAVOR SEM GRAÇA E URGENTE
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RESUMO
O objetivo deste artigo é realizar uma releitura do clássico Geografia da Fome, publicado pela primeira vez em 1946. Realiza-se uma síntese dos mapas das cinco áreas alimentares e das principais carências nutricionais existentes no Brasil, de acordo com o delineamento realizado por Josué de Castro. Nos dias atuais, ao perfil epidemiológico nutricional desenhado por Josué de Castro, caracterizado pelas carências nutricionais (desnutrição, hipovitaminoses, bócio endêmico, anemia ferropriva etc.), sobrepuseram-se as doenças crônicas não-transmissíveis (obesidade, diabetes, dislipidemias etc.). Entretanto, a questão da complexa e paradoxal problemática da fome permanece como uma temática recorrente no Brasil. Diante de alguns dilemas da atualidade, tais como aqueles que dizem respeito à sustentabilidade ecológica do planeta e à garantia do direito humano à alimentação, torna-se imperante reacender a luta defendida por Josué de Castro pela adoção de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável e uma sociedade sem miséria e sem fome.
Fome; Comportamento Alimentar; Vigilância Nutricional
Introdução
Josué de Castro nasceu em 5 de setembro de 1908, em Recife, Pernambuco, Brasil. Filho de um agricultor do Sertão Nordestino que em 1877, em função da seca, migrou para a capital, viveu sua infância e adolescência em um bairro pobre, às margens do rio Capibaribe 1,2,3. Em 1929, após concluir o Curso de Medicina da Universidade do Brasil, retornou ao Recife para dar início a uma consagrada trajetória político-intelectual, dedicada, particularmente, à complexa e paradoxal problemática da fome e suas formas de enfrentamento 4. A sua vastíssima produção intelectual, de abrangência internacional, composta por mais de 200 títulos, tem sido objeto de estudo de distintas investigações 3,4,5,6,7,8,9.
O objetivo geral do presente artigo é realizar uma releitura do clássico Geografia da Fome, publicado pela primeira vez em 1946 10. Como objetivos específicos, em um primeiro momento, realiza-se uma síntese do mapa das cinco áreas alimentares do Brasil traçado em Geografia da Fome, procurando identificar as principais características dos seus regimes alimentares. Em um segundo momento, realiza-se uma síntese do mapa das principais carências nutricionais existentes no Brasil, de acordo com o delineamento de Josué de Castro 10.
Em Geografia da Fome, Josué de Castro introduz os conceitos de áreas alimentares, áreas de fome endêmica, áreas de fome epidêmica, áreas de subnutrição, mosaico alimentar brasileiro e, por conseqüência, traça o primeiro mapa da fome no país. Por áreas alimentares, concebe uma determinada região geográfica que dispõe de recursos típicos, dieta habitual baseada em determinados produtos regionais e com seus habitantes refletindo, em suas características biológicas e sócio-culturais, a influência marcante da dieta. Por área de fome endêmica, concebe uma determinada área geográfica em que pelo menos metade da população apresenta nítidas manifestações de carências nutricionais permanentes. Por áreas de fome epidêmica, concebe uma determinada área geográfica em que pelo menos metade da população apresenta nítidas manifestações nutricionais transitórias. Por áreas de subnutrição, concebe uma determinada área geográfica em que os desequilíbrios e as carências alimentares, sejam em suas formas discretas ou manifestas, atingem grupos reduzidos da população. E por mosaico alimentar brasileiro, concebe a diferenciação regional dos tipos de dieta existentes no país, oriundas das variadas categorias de recursos naturais (alimentos) e das distintas etnias que constituíram a nação brasileira 9.
De acordo com Castro 10, o método de investigação que norteou a elaboração da Geografia da Fome foi baseado nos princípios estabelecidos pelos geógrafos alemães Carl Ritter (1779-1859) e Alexander von Humboldt (1769-1859), pelo geógrafo francês Paul Vidal de La Blache (1845-1918), entre outros. Para seu autor, o objetivo básico da Geografia da Fome consiste em "localizar com precisão, delimitar e correlacionar os fenômenos naturais e culturais que ocorrem à superfície da terra" 10 (pp. 34-5). Assim sendo, afirma que o propósito do seu estudo foi realizar uma sondagem de natureza ecológica sobre o fenômeno da fome no Brasil, orientado pelos princípios geográficos da localização, extensão, causalidade, correlação e unidade terrestre 10.
Por outro lado, ao introduzir o uso dos termos fome endêmica e fome epidêmica, em nota explicativa, Castro faz alusão à adoção do conceito de epidemiologia da fome, explicitando a influência que sofreu do conceito de epidemiologia admitido por Wade Hampton Frost (1880-1938) e do conceito de epidemiologia do diabetes e do câncer defendido por Wilson George Smillie (1886-1971). Sendo assim, embora explicitando sua maior identificação com o método geográfico, os aspectos biológicos, médicos e higiênicos do fenômeno da fome também são enfocados em seu ensaio ecológico.