Português, perguntado por alexandre55550, 4 meses atrás

1. Que fato inspirou o narrador a escrever esta crônica? Por que o narrador-personagem não encontrou o pão na porta
do seu apartamento? O que estava acontecendo naquele dia?

Soluções para a tarefa

Respondido por tamaraosr
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Resposta:

O autor refere-se ao padeiro como um homem que se considerava menos importante do que realmente era.

Explicação:

O texto é uma crônica – gênero textual que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano, geralmente veiculada em jornais ou revistas. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações das personagens

O autor refere-se ao padeiro como um homem que se considerava menos importante do que realmente era. Na crônica, o padeiro justifica o fato de “não ser ninguém” dizendo que muitas vezes lhe acontecera de apertar a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer que, ao ouvir uma voz que vinha de dentro da casa perguntando quem era, respondia a quem perguntava que não era ninguém, era apenas o padeiro.

Fonte: Objetivo - Desafio Português 9º Ano

Respondido por andrezzacutrim2703
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Resposta:

O PADEIRO

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

Está bem. Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. Enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

- Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?

- Então você não é ninguém?

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer e ouvir uma voz que vinha lá de dentro da casa perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não, senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo, eu também, como os padeiros, fazia trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como o pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!". E assobiava pelas escadas.

(Rubem Braga. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1989,p. 63-64.)

Vocabulário: 1. lock-out - Recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade.

Examine as afirmações seguintes: 1.O texto é narrado por um padeiro humilde que não participa da história. II.O narrador do texto, hoje jornalista, também já foi padeiro, por isso compreende a importância da humilde Examine as afirmações seguintes: 1.O texto é narrado por um padeiro humilde que não participa da história. II.O narrador do texto, hoje jornalista, também já foi padeiro, por isso compreende a importância da humilde profissão.III.O texto apresenta uma crítica sociocultural sobre a invisibilidade dada a quem exerce determinadas profissões. É correto o que se afirma em:

2 pontos

I apenas.

Il apenas.

III apenas. *

Tell apenas. II e III apenas.

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