1) Qual o assunto do texto?
2) A partir do título “O PRIMEIRO AMASSO A GENTE NUNCA ESQUECE”, responda:
a. A quem se refere a expressão “a gente”? Justifique.
b. Que pronome pessoal pode substituir a expressão “a gente” na frase?
3) Após a leitura do trecho, responda: “(...) você tem que se mancar pra não ficar indo numa praia que
não é sua (...)”.
a. Que tipo de linguagem predomina no trecho?
b. Retire do trecho duas passagens que evidenciam esse tipo de linguagem.
O primeiro amasso a gente nunca esquece
Eu bem que não queria ir, alguma coisa estava me avisando. Vai ser muito tumulto, vai ter muita
gente... Mas, como vivo meus dias em função do meu amor impossível por Paulinha Toller, não
poderia nunca deixar de ir ao show do Kid Abelha na Concha Acústica* naquele dia. E lá fomos – a
tropa toda –, mesmo eu achando que, um programa de filho, pai não deve meter o bedelho. Primeiro
porque você tem que se mancar pra não ficar indo numa praia que não é sua, e segundo porque pode
ter surpresas desagradáveis, como aconteceu comigo nesse dia.
Quando chegamos na creche – quer dizer, na Concha –, foi o maior barato. Meu fascínio pela
Paulinha não me permitia enxergar mais nada. Que voz, que rosto, que corpo! (Seu único problema é
ela nem saber que eu existo.) Fiquei tão ligado que comecei a dançar junto com a galera, até perceber
que o pessoal todo estava fora do ritmo, menos eu. Achei melhor ficar só ouvindo as músicas, e me
concentrei de novo naquele louro objeto de desejo. Nem observei o que se passava à minha volta, e
esse foi o meu erro.
Já quase no final do show foi que notei que meus filhos não estavam ao meu lado. “Tudo bem”,
pensei, “devem ter ido comprar algum refrigerante, ou estão por aí.” (Não me lembro a partir de que
momento na vida eles deixaram de avisar aonde vão.)
Na hora de ir embora, saio catando um por um, mas só encontrei uma filha e um filho. Cadê a
outra? A irmã diz logo. “Ah; eu vi quando ela tava indo pro bar, já deve estar voltando. É melhor vocês
esperarem aqui que eu vou lá chamar.” Percebi no ar um quê de cumplicidade, e pensei: “Aí tem!” E
disse: “Não, não, vamos procurar juntos!” Depois de descer alguns degraus, sinto que minhas pernas
estancam, meu olhar vacila e meu queixo cai com a cena: minha própria filha sendo imprensada no muro por um sujeitinho qualquer, no maior amasso, e ela, em vez de empurrá-lo, ainda o estava
abraçando! E gostando!
Nunca imaginei (sempre imaginei!...) que esse dia fosse chegar! Ali, na minha frente! “Quem é esse rapaz?” (a gente sempre os chama de “rapaz”), perguntei à outra filha. “É um menino aí com quem ela ficou na Lavagem da Praia do Forte, encontrou aqui hoje, e ficou de novo.” Até aí tudo bem (tudo bem uma ova!). O pior foi quando ela me notou e veio toda sem graça pra me apresentar o “rapaz”. Tive que apertar aquela mão mole, e ainda sorrir pro sujeito ... E ainda
dei carona até o carro dele, que estava longe! E ainda falei “tchau”! E ainda tomei um esporro porque
fui “frio” (meu pai, você não tem jeito mesmo, né? Custava ser um pouquinho mais gentil com o
menino?”)!!!
Soluções para a tarefa
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Resposta:
1) Um passeio do pai com os filhos jovens para assistir o Kid Abelha.
2)
a) Todos
b) Nós
3) UM LUGAR DE JOVENS que não era mais "a praia" dele - a "onda" - "a turma"
a) linguagem informal
b) " (...) Fiquei tão ligado que comecei a dançar junto com a galera (...)"
c)
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