1) qual é a visão de Nietzsche sobre Sócrates e Platão?
2)o que significa: o capitalismo é uma religião?
3) o neoliberalismo cria uma nova religião, explique.
4)O que Max Webber entende por "desencanto do mundo"?
Soluções para a tarefa
1) Para Nietzsche, toda teoria filosófica mostra quem a elaborou. Lê a filosofia como um sintoma. Convida-nos a olharmos Sócrates e Platão de perto e observar o aspecto fisiológico do pensamento deles e constatar as suas fraquezas.
O pensamento socrático-platônico é decadente porque a equação razão = virtude = felicidade = verdade = beleza não existia no mundo grego. A virtude não é a moral, mas tem a ver com o vigor. A virtude é fisiológica: virtuoso é o que desenvolve ao máximo as suas potencialidades. Ser virtuoso é estar no máximo, e não, ser racional. Para Nietzsche, a razão é pensamento que demonstra sua verdade através de argumentos.
Para Nietzsche, o socratismo é a crença na razão. Crença em que só a razão é capaz de fundamentar a verdade, o conhecimento. Crença de que a intuição é incapaz de sustentar o conhecimento e que tiraniza com a imposição da “verdade absoluta” que nega outras.
Nietzsche vai contra o impulso à verdade dos filósofos socrático platônico-aristotélico. Para ele, o homem desenvolveu seu intelecto não porque este tendesse naturalmente ao conhecimento, mas por sua vulnerabilidade e incapacidade de viver na natureza.
2) O capitalismo é uma religião significa que este modelo econômico tende a lidar com as mesmas preocupações que a religião costuma lidar. Porém é uma religião puramente cultual.
Assim, o capitalismo não tem dogmas mas impõe práticas utilitárias, o investimento do capital, as especulações, as operações financeiras, a compra e venda de mercadorias, que são equivalentes a um culto religioso.
O capitalismo não exige a adesão a um credo, a uma doutrina ou a uma teologia, o que conta são as ações, que representam, por sua dinâmica social, as práticas cultuais.
3) O neoliberalismo se justifica pela imposição de um padrão de consumo dos países ricos, que poderia ser universalizado e da ideia de que através do consumo, alcançamos o que é considerado como o bom da vida.
Se antes, íamos à Igreja para recuperar a humanidade, quando nos sentíamos culpados ou pecadores, hoje, vamos às compras, aos shoppings, nossas verdadeiras catedrais modernas.
4) Max Weber entende como desencanto da mundo, a perda da significação do Sagrado, que acompanhou historicamente a humanidade, quando a ciência impôs à vida e à natureza a ideia de domínio.
Assim em Weber, a noção de desencanto incide sobre a ideia de desapontamento, de perda de sentido. Analisou o desmistificação das religiões, observada através da perda do sentido misterioso para o sentido da moralidade religiosa, quando então, o mundo passou a ser compreendido como um problema de sentido ético.
Bem como a ciência, que possui papel importante neste processo de intelectualização, pois o intelectualismo peculiar à ciência moderna refuta a ideia de que o mundo possua um significado que lhe é conferido por um Deus.
Destruindo a imagem metafísico-religiosa, a ciência desencanta o mundo transformando-o num nexo causal, assim, o véu de mistério que cobria a realidade é retirado. Pois, segundo Max Weber, o saber científico avança sem confiar em qualquer valor misterioso, transcendente, uma vez que tudo pode ser dominado pelo cálculo.
Portanto, a humanidade que se esforçou para se libertar da magia e das concepções religiosas, também transformou nossa visão sobre o trabalho, que não mais possui qualquer outra intenção a não ser o trabalho pelo trabalho e a natureza, o meio ambiente, nada mais é do que um meio para enriquecer.
Bons estudos!