1 Quais conceitos contidos no texto 2 você considera mais relevantes para pensar e entender as leis de inclusão?
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Resposta:
Sobre as origens das desigualdades apontam-se diversas causas históricosociais que vão desde as teorias da apropriação privada do sobretrabalho e da própria propriedade, passando pelas da divisão do trabalho (manual-intectual, masculino-feminino), até às teorias da coerção ou violência e ainda até às explicações de tipo valorativo-normativo. Na procura das causas das desigualdades sociais, importa, porém, nesta matéria, distinguir, na esteira de Bader e Benschop (1988), a dimensão histórica da teleológica, os processos iniciais da sua génese e os processos da sua reprodução. Mesmo assim e atendendo a que, contraria-mente aos pressupostos positivistas, as teorias, ainda que de modo mediado, são inseparáveis dos interesses, não só os diagnósticos como as perspectivas de superação dos actuais problemas das desigualdades sociais diferem entre si.
Hoje uma boa parte dos autores utiliza o termo exclusão social e evita o conceito de desigualdades, posicionamento ambíguo mas susceptível de se enquadrar, quer numa visão (estruturo)funcionalista, quer numa abordagem simmeliana e interaccionista simbólica, quer ainda numa perspectiva pseudoweberiana através da utilização dominante ou exclusiva do conceito de status. Não é difícil vislumbrar o objectivo destas concepções que pretendem contornar as raízes estruturais da desigualdade, relevar um conceito restrito de exclusão e fixar-se mormente nos aspectos mais visíveis da pobreza, bem como em específicos grupos-alvo de exclusão social: desempregados, minorias étnicas, famílias mono-parentais, desqualificados. Apesar de a desigualdade e a exclusão serem inerentes à actual sociedade moderna, ambas são consensualmente reconhecidas e classificadas por inúmeros cientistas sociais, pelo menos ao nível discursivo-retórico, como «não legítimas». Há, porém, teóricos que assumem não só como inevitáveis mas também como positivas e funcionais as desigualdades sociais. Se é certo que certas teorias desde o próprio Rousseau (1995) e demais autores iluministas abalaram a crença na ‘natural’ hierarquia das classes, raças ou géneros e se, por outro lado, algumas teorias neo-institucionais reformadoras, assumindo, pelo menos retoricamente, a defesa da igualdade de oportunidades, consideram como disfuncionais e até ilegítimas certas formas de desigualdade e exclusão sociais, outras há – aliás, como podemos verificar, ainda bem fundas – para as quais a desigualdade social nomeadamente a própria estratificação social é algo de ‘natural’, de intrínseco a qualquer sociedade, inevitável e, portanto, teórica e socialmente legítima.