1. Quais as recordações do líder Gavião Króhôkrenhum ao chegar na reserva Mãe Maria?
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Resposta:
O líder do povo indígena Gavião Parkatêjê de Mãe Maria, no sudeste do Pará, Topramre Krohokrenhum Jõpaipaire (conhecido como “Capitão”) faleceu na última terça-feira, 18 de outubro, aos 90 anos. No dia 20, sob o sol do meio dia, foi sepultado em Mãe Maria em meio a forte emoção de todos os integrantes das doze atuais aldeias e de muitos admiradores.Krohokrenhum esteve à frente de seu povo por mais de 60 anos, tendo vivenciado o início do contato com os brancos: na década de 30, começava a exploração da castanha do Pará na margem direita do médio rio Tocantins e a invasão de seu território tradicional. Aquela área tornou-se ainda mais visada e a extração se intensificou em meados dos anos 60, com a abertura da rodovia PA 70, atual BR 222, atravessando a terra indígena Mãe Maria, reservada por decreto estadual desde 1943 entre os rios Flecheiras e Jacundá.
Depois da quase extinção de seu povo no passado devido a guerras que dividiram a população e às doenças contraídas com o contato com os kupen, os não índios, os 15 Parkatêjê restantes (povo Jê-Timbira), liderados por Krohokrenhum, aceitaram um acordo de realocação proposto pelos agentes do Serviço de Proteção ao Índios (SPI) para “proteger os castanhais” de invasores e ocupar aquela porção de terra que era parte de seu vasto território tradicional. Foram transferidos então do igarapé Praia Alta, no município de Itupiranga, local onde haviam se dado os primeiros contatos pacíficos com um missionário dominicano, Frei Gil Gomes Leitão, para a reserva Mãe Maria em 1966. Ali passariam a ser utilizados como mão de obra coletora pela agência tutelar pelos dez anos seguintes.
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