1. (PUC-Minas) Assinale a alternativa que MELHOR explica os interesses russos pela região da Chechênia. * 1 ponto A) Areas de produção e transporte de petróleo e gás das importantes jazidas da região; posição geográfica estratégica entre o "mundo russo" e o Oriente Médio; implicações geopolíticas da religião islâmica. B) Produção de haxixe e ópio para o mercado consumidor da Rússia; atuação da máfia chechena na capital, Moscou; proteção à maioria russa na região. C) Posição estratégica privilegiada (entre o Mar Negro, Cáspio e o Oriente Médio); importantes usinas nucleares e bases militares na região. D) Jazidas de petróleo e gás natural; atuação de grupos terroristas chechenos que, tendo na religião ortodoxa ponto de união, desafiam o poder de Moscou. Em 2003, o governo russo convocou um plebiscito para definir o futuro político da Chechênia. A grande maioria dos votantes apoiou a permanência da Chechênia no interior da Federação Russa. Esse resultado foi entendido pelo governo russo como apoio explícito dos chechenos às propostas de Moscou, que tem interesses para manter esse território sob seu controle. 2. (MACK - adaptado) A respeito desses interesses, analise as afirmativas abaixo. * 1 ponto A) Interesse ambiental, pelo território em que se encontra, às margens do Mar de Aral, fonte de recurso hídrico para o abastecimento de água potável à população urbana de Moscou. B) Interesse econômico, por ser esse território cortado por dutos, levando o petróleo extraído na Bacia do Cáspio para os portos russos do Mar Negro. c) Interesse geopolítico, pois uma Chechênia independente estimularia outras repúblicas autônomas da Federação Russa a tentar solidificar a presença russa em seu território. D) Interesse cultural-religioso, pois uma Chechênia livre promoveria o recrudescimento do fundamentalismo islâmico na região, levando grupos de fanáticos a se expandirem por outras áreas autônomas da Rússia asiática.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A) Areas de produção e transporte de petróleo e gás das importantes jazidas da região; posição geográfica estratégica entre o "mundo russo" e o Oriente Médio; implicações geopolíticas da religião islâmica
B) Interesse econômico, por ser esse território cortado por dutos, levando o petróleo extraído na Bacia do Cáspio para os portos russos do Mar Negro.
Explicação:
A disputa entre russos e chechenos, vez ou outra ganha destaque nos noticiários internacionais com o registro de conflitos de menor e maior impacto. De fato, esta intranqüila região das montanhas do Cáucaso tem sua história marcada por interesses de dimensões política, econômica e geográfica. Incrustado entre o mar Negro e Cáspio, essa localidade compõe a fronteira que divide os vários governos islâmicos do Oriente Médio e as zonas de influência russa no Leste Europeu.
Sob o ponto de vista histórico, a região ocupada pela Chechênia marcou uma antiga esfera de conflito entre os espaços dominados por cristãos e muçulmanos sob o ponto de vista político e religioso. Apesar de viverem em uma região dominada pelos russos, de orientação cristã, os chechenos se converteram ao islamismo por volta do século XVIII. Em resposta a tal situação, a monarquia czarista russa decidiu anexar a Chechênia aos seus vastos domínios imperiais.
A partir desse advento, o Império Russo teve enormes dificuldades para estabelecer seu domínio sob uma população com aspectos identitários e tradições bastante homogêneas. Nas primeiras décadas do século XX, passado meio século da dominação russa, os chechenos aproveitaram das convulsões que colocavam a revolução bolchevique a caminho na Rússia. Dessa forma, decidiram formar um governo independente com criação da República Montanhesa do Cáucaso Norte.
Apesar da profunda mudança política ocorrida na Rússia, os exércitos revolucionários trataram de dar fim ao intento separatista entre os anos de 1919 e 1921. Com a represália russa, os chechenos mais uma vez retrocederam seus desejos autonomistas tendo somente outra oportunidade com a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Nesse momento, inspirados pela ação dos finlandeses, formaram um exército de resistência e declararam sua independência.
Temendo que os russos mais uma vez conseguissem derrotá-los, os chechenos decidiram buscar apoio militar da Alemanha Nazista. A aliança oferecia grandes vantagens à Hitler, que poderia daquela região promover o controle sobre os ricos campos de petróleo encontrado na região de Baku. Inconformado com essa aliança, o ditador Josef Stálin decidiu deportar mais de 400 mil chechenos para as áridas regiões da Ásia Central.
Este episódio marcou uma das últimas situações de conflito entre russos e chechenos na região. Contudo, nos fins da década de XX, o processo de desintegração do bloco socialista reavivou o desejo de soberania entre os povos do Cáucaso. Dessa forma, a Chechênia declarou uma nova independência, em novembro de 1991. Somente três anos depois, com a Rússia sob o comandado do presidente Boris Ieltsin, novas tropas foram enviadas contra os separatistas.
Em 1996, passados dois anos de conflito entre russos e chechenos, a Rússia sofreu uma humilhante derrota que poderia dar fim ao histórico impasse entre esses dois povos. Contudo, no ano de 1999, o exército russo invadiu a Chechênia depois de alguns militantes islâmicos radicais terem participado da tentativa de implantação de um governo islâmico na província do Daguestão. Nesse meio tempo, organizações de natureza terrorista se estabeleceram como uma nova força de oposição contra a dominação russa.
Recentemente, alguns indícios apontam a possibilidade de terroristas chechenos receberem apoio da rede terrorista islâmica Al-Qaeda. Em 2004, o seqüestro e assassinato de crianças em uma escola do interior da Rússia, promovido por terroristas chechenos e árabes, reativaram com grande força o clima de tensão. De lá para cá, a possibilidade de fim para esse conflito se torna uma incógnita que, cada vez mais, acumula lamentáveis sinais de ódio, sangue e terror.