1. Para contar a trajetória de vida, os autores de textos biográficos ou autobiográficos situam no tempo os acontecimentos narrados. Quais palavras Lázaro usa para organizar cronologicamente seu texto?
texto
Trechos do livro “Na minha pele”, de Lázaro Ramos Rio de Janeiro: Objetiva, 2017. Cópias do trecho que será lido, página 32 até 34. Capítulo: Quero ser médico “[...] Levávamos uma vida simples na casa em que minha tia orgulhosamente dizia ter projetado. Naquela época, eu morava com meus cinco primos, que viraram meus irmãos postiços. Não tínhamos autorama, Playmobil ou Atari, mas tínhamos ele, o quintal. Ali nos divertíamos com brincadeiras de custo zero: esconde-esconde, pega-pega, garrafão. Também gostávamos de construir brinquedos com latas de óleo, pedaços de pau. Como criança cansa rápido de tudo, desenvolvemos uma criatividade enorme, sempre inventando coisas novas pra fazer. Claro que tínhamos TV. Quando não se tem dinheiro, a falta de livros e de brinquedos é preenchida pela televisão, que ocupa boa parte do tempo. O curioso é que minha referência infantil não foi a Xuxa. Não sei se por corporativismo baiano, preferíamos o programa da Mara Maravilha. Outro ídolo era o Jairzinho, do Balão Mágico. Durante a infância, toda criança quer ser “alguém”: elege um super-herói, um personagem de série preferido. Pois eu queria ser o Jairzinho. Queria usar aquele macacão vermelho, ter aquele olhar de criança vivida e pegar carona na cauda do cometa com a turma que eu achava a mais legal do mundo. Acho que isso acontecia porque existia uma identificação visual; por ser um dos poucos negros no universo televisivo infantil, Jairzinho parecia mais próximo de mim. Na minha infância, não tinha esse papo de ancestralidade. Mais recentemente, numa conversa com o professor Muniz Sodré, percebi que, mais do que a filosofia e a ciência, o que traz mudança mesmo são as representações coletivas, e a ficção tem o papel fundamental nessa construção. “A literatura sempre disse mais sobre o homem no Brasil que a sociologia – até hoje, muito preocupada apenas com lutas de classes. O cinema e a novela, com a força que têm hoje em nosso país, podem trazer um ataque forte aos preconceitos”, me disse o Muniz em uma entrevista para o Espelho. Eu incluiria a literatura infantil e as biografias nesse rol e acho que ele concordaria comigo. Até a quarta série (hoje quinto ano) estudei em um colégio particular na Federação. As turmas tinham um número equilibrado de negros e brancos. O curioso é que nessa escola, tão mista, ignorava-se a história dos negros. Aprendi sobre a luta de Zumbi de forma muito superficial e breve. Nas aulas sobre a escravidão no Brasil, ele aparecia como um rebelde. E ponto. Em 1995, quando já tinha dezessete anos, vivi Zumbi no teatro. Curiosamente, esse não era o meu papel no início da montagem. O espetáculo do Bando de Teatro Olodum estabelecia uma relação direta entre uma favela e os quilombos, e eu fazia um garoto com poucas falas, o que me deu mais tempo para assimilar as informações da pesquisa: a importância de Zumbi dos Palmares; que a história negra é repleta de lutas e que eu não devia chamar meus ancestrais de escravos, e sim de africanos escravizados; que a liberdade não veio de uma canetada da princesa imperial, mas após muita luta. Esse foi mais um salto na compreensão sobre de onde vim e para onde podia ir. [...]” RAMOS, Lázaro. Na minha pele. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017. pp. 32-34
2. Indique se as lembranças abaixo são pessoais ou coletivas (sociais, culturais e/ou históricas).
a. “Eu vivi Zumbi no teatro.”
b. “Quando não se tem dinheiro, a falta de livros e de brinquedos é preenchida pela televisão, que ocupa boa parte do tempo.”
c. “Até a quarta série (hoje quinto ano) estudei em um colégio particular na Federação.”
d. “Nas aulas sobre escravidão no Brasil, Zumbi aparecia como um rebelde.”
e. “O espetáculo do Bando de Teatro Olodum estabelecia uma relação entre uma favela e os quilombos...”
f. “Esse foi mais um salto na compreensão sobre de onde eu vim e para onde podia ir.”
g. “...a história negra é repleta de lutas e que eu não devia chamar meus ancestrais de escravos, e sim de africanos escravizados; que a liberdade não veio de uma canetada da princesa imperial, mas após muita luta.”
h. “Pois, eu queria ser Jairzinho. Queria usar aquele macacão vermelho, ter aquele olhar de criança vivida...”
Soluções para a tarefa
Para contar a trajetória de vida, os autores de textos biográficos ou autobiográficos situam no tempo os acontecimentos narrados.
▪️ 1-) Quais palavras Lázaro usa para organizar cronologicamente seu texto?
➖Os fatos narrados focalizam a infância, a adolescência ou a vida adulta de Lázaro Ramos.
Ele iniciou a sua trajetória biográfica na infância dele.
▪️2. Indique se asl embranças abaixo são pessoais ou coletivas (sociais, culturais e/ou históricas).
▪️A-a. “Eu vivi Zumbi no teatro.”
➖lembranças pessoais
▪️b. “Quando não se tem dinheiro, a falta de livros e de brinquedos é preenchida pela televisão, que ocupa boa parte do tempo.”
➖lembrança pessoais .
▪️c. “Até a quarta série (hoje quinto ano) estudei em um colégio particular na Federação.”
➖lembrança pessoal
▪️d. “Nas aulas sobre escravidão no Brasil, Zumbi aparecia como um rebelde.”
➖lembrança coletiva
( histórico)
▪️e. “O espetáculo do Bando de Teatro Olodum estabelecia uma relação entre uma favela e os quilombos...
➖lembrança coletiva
( cultural)
▪️f. “Esse foi mais um salto na compreensão sobre de onde eu vim e para onde podia ir.”
➖lembrança pessoal
▪️g. “...a história negra é repleta de lutas e que eu não devia chamar meus ancestrais de escravos, e sim de africanos escravizados; que a liberdade não veio de uma canetada da princesa imperial, mas após muita luta.”
➖lembrança coletiva
( histórico)
▪️h. “Pois, eu queria ser Jairzinho. Queria usar aquele macacão vermelho, ter aquele olhar de criança vivida...”
➖Lembrança pessoal
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