História, perguntado por dossantos4254, 5 meses atrás

1. O texto "As fadas" é um conto maravilhoso. Os contos maravilhosos podem ser contados ou lidos em livros, revistas, jornais ou sites da internet. A que tipo de público os contos mara destinam?​

Soluções para a tarefa

Respondido por odaradomingues
1

Resposta:

Cinderela branca de neve os três porquinhos


odaradomingues: thau
odaradomingues: Eu escrevi errado tchau
Respondido por thunderthdtm
1

Resposta:

fonte: semana de linguagens.  

Basicamente, os ensinamentos religiosos foram transformados em fábulas, apólogos e parábolas, e difundidos por pregadores budistas de povoado em povoado. Dessa maneira, espalharam-se pelos continentes, amalgamando-se às culturas de outros povos e ganhando novas roupagens até chegarem aos dias atuais. Sua preservação ao longo do tempo deve-se, provavelmente, à natureza simbólica da linguagem usada: situações e lições da vida real revestem-se de um modo singular de narrar, modo plurissignificativo, que convida o ouvinte/leitor a participar da história e dela extrair uma verdade que transcende o tempo e o espaço, capaz de ressignificar suas experiências de vida.

Os contos maravilhosos são caracterizados pela presença de personagens, lugares e tempos não determinados historicamente, e por uma forma que, embora possa ser recontada por diversos autores, permanece quase que intacta através dos tempos. No entanto, como veremos adiante, a noção do maravilhoso não se restringe aos chamados contos de fadas: no trato com o sobrenatural, o conto maravilhoso transpõe as fronteiras dos contos de fadas, apresentando elementos diversificados, e destinam-se a todo o público, não somente ao infantil, como tradicionalmente se pensa  

O folclorista russo Propp (2001), no início do século XX, desenvolveu um estudo pioneiro a fim de definir o conto maravilhoso a partir de elementos e ações constantes das personagens desse tipo de história. Em seus estudos, restritos à análise de cem contos da tradição russa, ele verifica que ações iguais são atribuídas a personagens diferentes, ou seja, em diferentes histórias, as personagens desenvolvem as mesmas ações ou funções. O que muda de um conto para outro são os nomes das personagens, o meio em que acontece a trama narrativa, os recursos utilizados para engendrar encantamentos, porém as ações são frequentemente as mesmas.

As funções identificadas pelo pesquisador relacionar-se-iam, assim, com as vivências comuns aos seres humanos, por isso esses contos teriam sobrevivido durante milênios, seguindo uma tradição oral, que possibilitava o surgimento de variantes conforme as épocas e os lugares em que circulavam. Coelho (2012, p. 119-120, grifos da autora), relaciona as constantes dos contos maravilhosos às constantes da condição humana, perceptíveis em todos os contextos socioculturais:

1. situação de crise ou mudança: é natural que na vida real todo ser humano viva contínuas situações de mudança ou de crise, pois do nascimento à morte, passamos por muitas transformações, desafios e provas;

2. desígnio: todo ser humano tem (ou deve ter) suas aspirações, seu ideal, seu “desígnio” a ser atingido na vida, em busca de sua autorrealização;

3. viagem: basicamente, a luta pela autorrealização trava-se fora de casa, no corpo-a-corpo do eu com o mundo exterior, com outros;

4. obstáculos: são as inevitáveis dificuldades que se interpõem entre o eu e seu caminho para a autorrealização;

5. mediação: são os auxílios que, via de regra, o eu recebe para poder avançar em seus caminhos;

6. conquista: este deveria ser o desenlace feliz para a autorrealização desejada pelo eu, como acontece sempre nos contos de fadas e deveria acontecer também na vida real.  

são textos verticais, são textos que podem ter variantes de leitura infinitas e que, portanto, se adaptam a qualquer idade. São textos que estão ligados, historicamente e pelo seu próprio gênero, à essência do ser humano, que estão ligados aos sentimentos mais fundos: o amor, o ciúme, a inveja, o medo, a morte […] É o diálogo do hoje e do antes, do hoje e do amanhã, do hoje aqui e do hoje em todo lugar. São contos de muito significado e para qualquer idade, certamente.

O conceito de maravilhoso, assim, transcende a noção de conto de fadas, com seus elementos tradicionais. Não exige final feliz, mas demanda a presença do sobrenatural encarado como natural dentro de seu universo narrativo, aliado a uma linguagem metafórica responsável por trazer à tona experiências humanas simbolizadas em mitos e arquétipos. Além disso, como todo conto, carece de uma unidade dramática, independentemente de sua extensão – aliás, a extensão de um conto é um elemento irrelevante para sua caracterização. Como assinala Julio Cortázar, em entrevista concedida a Bermejo (2002, p. 28), o conto é “uma coisa que tem um ciclo perfeito e implacável. Uma coisa que começa e termina tão satisfatoriamente como uma esfera: nenhuma molécula pode estar fora de seus limites precisos”, do que se depreende a importância que deve ser dada a todos os elementos da narrativa – personagens, espaço, tempo, foco narrativo, entre outros – e do sentido, necessário, que cada um apresenta para o desenvolvimento da história.

Perguntas interessantes