1 — “O mundo sensível é uma ilusão (Maya) que mascara uma realidade una e transcendente.” Em quais
momentos de nossas vidas, é evidente perceber as ilusões do mundo sensível e qual é a forma de
não nos seduzirmos por elas?
2 — Observe o trecho a seguir:
“E nós, nessa condição, enquanto sujeitos do querer, jamais obteremos felicidade e paz. Afinal,
todo querer nasce de uma necessidade, de uma carência, de um sofrimento, de uma necessidade
do ser. A satisfação põe fim ao sofrimento, mas para cada desejo satisfeito, nascem dez novos,
como da Hidra de Lerna, brotam novas cabeças ( Schopenhauer, O mundo como Vontade, o mun-
do como representação)
A Vontade é o motor de nossas vidas, logo, a satisfação destas nos conduz ao caminho da felicidade.
a) Utilizando os princípios Filosóficos, como devemos interpretar as nossas vontades rumo a
nossa felicidade?
b) Qual é o papel da autonomia do pensar no exercício de nossa vontade?
c) Como a vontade pode ser condicionada por interesses externos a nós e como ela se configura
em ferramenta de controle social?
Soluções para a tarefa
Resposta:
1- Segundo ele o que vemos são representações, o mundo é "minha representação"
Nossas experiências únicas sobre as cores, as formas, as pessoas, moldam nossa visão. Não captamos com nossos sentidos como o mundo é, mas sim como aparenta ser com nossos olhos. Mesmo quando pensamos sobre o mundo, esse pensamento se dá com base na nossa experiência particular de mundo; ainda quando lemos as ideias dos outros estamos apenas obtendo o fruto da experiência daquela pessoa.
Explicação:
2- Não podemos concluir que a satisfação das nossas vontades trazem felicidade, já que para cada desejo satisfeito surgem novos dez, ou seja, entramos num ciclo infinito de insatisfação e busca por mais (felicidade)
a) As nossas vontades tem princípios que partem da busca da felicidade, mas, a felicidade pode ser procurada a partir de efeitos a curto e longo prazo. Se eu comer 10 pizzas vou ter uma felicidade momentânea, mas também vou ter uma dor de barriga posteriormente. Embora seja a minha vontade, comer 10 pizzas , não quer dizer que partirá rumo a felicidade de forma eficaz ou duradoura.
b) Segundo Schopenhauer, a Vontade é a próxima essência da subjetividade, isto é, é a própria essência do “eu”. Irracional, desprovida de conhecimento, causa em si mesma, sem fundamento, possuidora de um infinito desejo de afirmar-se, em outras palavras, estamos a todo momento buscando realizar nossa vontade, que é insaciável e autônoma. Porém , torna-se necessário o livre pensamento humano , a fim de que possamos olhar para nossas conquistas e considerar valoroso aquilo que realmente desejamos. Só que tal liberdade de pensamento será alcançada somente quando nos livrarmos das influências perniciosas impostos por nossa imaginação.
c) O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida, descrita pelo filósofo polonês Zigmunt Bauman em nossas relações atuais. A dominação imposta pela indústria cultural na atualidade criou todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional, e por conseguinte , alienar e controlar as vontades dos consumidores . As empresas de comercialização associam o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade, assim , constroem -se sujeitos passivos e controlados.
Questão 1: Os momentos da vida nos quais se percebe as ilusões do mundo sensível são aqueles quando se entende que as ambições e riquezas não são todo na vida.
É quando apesar e ter todo o que se deseja ainda fica um espaço vazio que não é preenchido com bens materiais, por exemplo. Segundo Schopenhauer cada pessoa cria sua representação do mundo de acordo com suas experiências e sentidos.
Por tanto a maneira de não ser seduzidos por essas ilusão da realidade deve-se entender que a energia que nos movimenta é a vontade de viver.
Questão 2a: Para achar a felicidade a vontade deve ser interpretada de forma subjetiva, segundo Schopenhauer, é dizer ela deve ser simples, irracional, sem fundamento e desprovida de conhecimento.
Dessa forma, para obter a felicidade tão anhelada, a vontade deve estar baseada no livre pensamento de cada pessoa, sem nenhuma influência externa, e dessa forma valorar o que realmente se deseja.
Assim a vontade está diretamente associada à autonomia, devido a que ela permite realizar as escolhas pela liberdade do indivíduo de controlar a vontade.
Questão 2b: O papel da autonomia do pensar no exercício de nossa vontade é permitir que cada pessoa possa fazer suas próprias escolhas, tomar suas próprias decisões e se responsabilizar pelas consequências das mesmas.
A autonomia tem a ver com a capacidade do indivíduo de se autodeterminar, pelo tanto, através dela a vontade pode ser canalizada e realizada com a finalidade de obter a felicidade.
Para Schopenhauer, autonomia, essa capacidade de não contar com os outros era um sinal de superioridade, enquanto que para Kant se refere à capacidade do indivíduo de ditar seus próprios padrões morais.
Questão 2c: A vontade pode ser condicionada por interesses externos, na medida que eles determinam quais os "objetivos" que as pessoas deveriam "atingir para achar a felicidade", mais sem ser verdade ou apenas para satisfazer suas próprias necessidades.
A vontade é aquilo que motiva para a realização de uma ação que leva à satisfação do indivíduo, pelo qual tem sido usada como ferramenta de controle social, um exemplo disso é o consumismo.
Na atualidade o consumismo tem se convertido numa motivação que as grandes empresas utilizam para oferecer bens e serviços que "satisfazem necessidades", com o qual controlam as vontades dos consumidores e aumentar suas riquezas.
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