História, perguntado por Fefecrf1895, 4 meses atrás

1. O historiador Robert Paxton enumera seis ideias principais do fascismo italiano.Cite e comente uma delaz​

Soluções para a tarefa

Respondido por juliaferreira23ttr
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Resposta: Em obra primordial para entendimento do tema, o cientista político e historiador norte-americano perscruta a origem e o conceito em si, de modo a resgatá-lo para usos significativos e explicar melhor seu fascínio, sua complexa trajetória e seu horror fundamental

Il Duce, Benito Mussolini. Foto: Domínio público

23 de março de 1919. Praça do Santo Sepulcro, em Milão, Itália. Benito Mussolini criava os primeiros esquadrões fascistas, os ‘Fasci Italiani di Combattimento’, grupos paramilitares embrionários do futuro Partido Nacional Fascista. De origem marginal, o movimento eclodiria durante o Verão de 1920, chegando a mais de 700 mil membros em 1922 e, com recurso à força e às ameaças, levaria Benito Mussolini finalmente ao poder em outubro naquele ano. No ano do centenário do regime, é emblemático e pertinente relembrar o pensamento de um de seus principais estudiosos.

“O fascismo foi a grande inovação política do século XX, e também a origem de boa parte de seus sofrimentos.” Essa é a assertiva que serve de ponto de partida para o cientista político e historiador norte-americano Robert Owen Paxton em “A Anatomia do Fascismo”, livro que em novembro de 2008 chegou na versão em português pela editora Paz e Terra e que atualmente é quase uma raridade, sendo encontrado exclusivamente em sebos e a preços dignos de sua condição.

Em seus escritos, Paxton perscruta, por meio de um minucioso raio-x, a origem e o conceito de fascismo, de modo a resgatar o termo para usos significativos e explicar melhor seu fascínio, sua complexa trajetória e seu horror fundamental. Antes tecer suas análises, Paxton detalha as circunstâncias para o surgimento do regime em Milão, com o apoio de veteranos de guerra, sindicalistas pró-guerra e intelectuais futuristas, alguns repórteres e um certo número de curiosos, presentes na sala de reuniões da Aliança Industrial e Comercial de Milão, com janelas abrindo-se para a Piazza San Sepolcro.

Em 5 de abril do mesmo ano, um grupo de amigos de Mussolini, incluindo Marinetti, o chefe dos Arditi, Ferruccio Vecchi, invade o jornal socialista Avanti, em Milão, onde o próprio Mussolini havia sido seu editor, entre 1912 e 1914, destruindo todo o seu equipamento. Assim, o fascismo italiano entrava na história por meio de um ato de violência, não apenas contra o socialismo, mas também contra a legalidade burguesa, em nome de um pretenso bem nacional maior. A origem fascista é explicada a partir de sua própria significação, sendo que a sua conotação é datada (de origem latina, fasces; significa feixe, autoridade e unidade do Estado) na Roma Antiga.

Três anos após a reunião da Piazza San Sepolcro, o Partido Fascista de Mussolini passa a ocupar o poder na Itália. Contudo, Mussolini não era um aventureiro solitário. 11 anos mais tarde, um outro partido fascista tomou o poder na Alemanha. Movimentos semelhantes surgem independentes do fascismo de Mussolini, mas expressando a mesma mistura de nacionalismo, anticapitalismo, voluntarismo e violência ativa. Ocorreu assim um fervilhamento em outras regiões do mundo, com aspirantes a ditador, que pensavam ser representantes de Mussolini e mesmo de Hitler. Assim, Paxton insiste na pluralidade do fenômeno histórico e diversidade da sua ocorrência.

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