1-O conceito principal do teatro é a ação.Por quê?
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Resposta:
Termo usado em teatro em pelo menos duas acepções diferentes. Em DRAMATURGIA significa a intenção motivadora do ENREDO, ou da seqüência dos eventos. Para Aristóteles (384-322a.C.), a ação é o elemento principal da TRAGÉDIA. Tragédia, pois, é a IMITAÇÃO, "não de homens, mas de ações, da vida, da felicidade e da infelicidade (...) sendo o fim que se pretende alcançar, o resultado de uma certa maneira de agir, e não de uma maneira de ser" (cap. VI da Poética, p. 272). O conceito de ação, ao longo do tempo, tem sido matéria passível de variadas interpretações. Aristóteles, na verdade, pouco esclarece a respeito do assunto, salvo indicar a fonte da ação como sendo o resultado da relação "ETHOS" – "DIANOLA". Para ele, a ação deve ser completa, deve dirigir-se da fortuna para o infortúnio em razão de um julgamento feito com base num erro de ignorância, cujo RECONHECIMENTO origina a CATÁSTROFE. A partir desses elementos, os seguidores de Aristóteles, e também seus opositores, trataram de ampliar, esclarecer e, enfim, determinar o significado do conceito de ação dramática, incorporando novos elementos ou reforçando aqueles já conhecidos. Assim, entre muitos outros, uniram-se aos já existentes os elementos "vontade humana", como sendo a principal fonte geradora da ação (John Dryden, Ensaio Sobre a Poesia Dramática, 1668), e "conflito", como sendo o principal elemento mobilizador da ação (Friedrich Hegel, Poética, 1818-1829). Assim, podemos dizer que ação é o movimento dos acontecimentos determinados pela vontade humana em conflito. Para Ferdinand Brunetie (1849-1906), "o que se quer do teatro é o espetáculo de uma 'vontade' que se dirige a um objetivo, consciente dos meios que emprega" (transcrito por Bernard Dukore, DramaticTheory and Criticism, p. 723). Para Pierre-Aimé Touchard (1903), "a ação só existe no presente, quando sob nossos olhos vemos uma situação modificar-se pelas determinações dos personagens" (O Amador de Teatro, p. 169). Finalmente, para Francis Fergusson (1904), ação "não significa proezas, eventos ou atividade física: significa a motivação de onde nascem esses elementos" ("The Poetics and the Modern Reader", Aristotle’s Poetic p. 8). A segunda acepção do termo diz respeito justamente à atividade física mencionada por Fergusson. Nesse sentido, fala-se de ação do personagem como um sinônimo de comportamento físico e emocional, ou seja, o que o personagem "faz" a partir do que ele "quer" e "sente".
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