Português, perguntado por larakelvia1, 1 ano atrás

1)No penúltimo parágrafo, o narrador esquece o casal e faz uma reflexão sobre as relações amorosas das pessoas em geral: ''É um tal milagre encontrar,
nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado''.
a)Que metáfora expressa o ponto de vista do narrador sobre os relacionamentos amorosos?Como você a interpreta?
b)O que justifica o emprego da palavra MILAGRE nesse contexto?
c)Considerando o texto quanto a tema, tempo e espaço, assim como quanto ao seu caráter reflexivo, conclua: A que gênero ele pertence?

2)Depois de refletir sobre os relacionamentos amorosos, o narrador volta o olhar para a sua bem-amada ''como se nunca a tivesse visto antes'' e exclama: ''É ela, Deus do céu, é ela!''.
a)Por que o narrador tem a sensação de descoberta ou de redescoberta da mulher amada?
b) Que palavras ou expressões revelam o desejo do narrador de que seu amor seja eterno?
c) Interprete a última frase do texto: O que os olhos podem ver ''muito além das estrelas''?

Soluções para a tarefa

Respondido por yarajane666
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Não é sem freqüência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns 13 anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo, 16, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu lhes asseguro: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na sua extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam. 

Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o ombro do outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno, numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos cabelos, e termina tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo. 

Que será, pergunto-me eu em vão, dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os ritos do amor? Prosseguirão se amando, ou de súbito, na sua jovem incontinência, procurarão o contato de outras bocas, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã quando eu chegar à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com a cabeleira solta em lugar dessa com os cabelos 
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