Português, perguntado por errlisa72, 3 meses atrás

1) No contexto do lançamento de O primo Basílio, em 28 de fevereiro de 1878, Eça de Queirós escreveu uma carta para Teófilo Braga a fim de explicar que seu novo romance tinha como dever atacar a burguesia lisboeta, estruturada em “falsas bases”. A narrativa desenrola-se em um lar burguês de Lisboa, onde mora Luísa, esposa de Jorge, um rico engenheiro. Superficial e desocupada, a jovem vive rodeada de ilusões românticas, reforçadas pelos livros açucarados que lê; a chegada de seu primo Basílio, um antigo namorado de infância, deixa-a dividida..

A) Eça de Queirós caracterizava Luísa como sentimental, arrasada de romance e ociosa. Justifique essa caracterização com base no texto.
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B) Releia o segundo e o terceiro parágrafos. Explique por que a maneira como Luísa imagina as viagens feitas por seu primo está relacionada a uma visão romântica da vida.
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C) A maneira como Luísa encara a profissão do marido é realista? Justifique sua resposta.
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D) Explique por que a criada Juliana se apresenta como contraponto realista ao universo romântico imaginado pela patroa.
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E) Nessa obra, Eça de Queirós baseou-se no princípio naturalista da defesa de uma tese social — no caso, a de que a traição é inevitável quando motivada pela falta de ocupação de uma burguesa com os traços de Luísa. Quais são os indícios de um inevitável adultério nesse trecho do romance?​

Soluções para a tarefa

Respondido por chinesses
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Resposta:

1-

A) Luísa é burguesa e tanto se beneficia quanto padece de sua estrutura social. Embora valorize o cosmopolitismo das viagens, não passa de uma mulher presa a um ambiente doméstico confortável e entediante, que suporta com a leitura de romances românticos, a partir dos quais tudo se idealiza, até a imagem do primo, cujos atrativos são amparados pela cultura do folhetim.

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B) Quando Luísa pensa nas viagens de seu primo, imagina elementos típicos do universo romântico exótico, como a “neve nos montes, cascatas reluzentes”, uma Escócia com “lagos taciturnos”, uma Veneza com “palácios trágicos”. Não há atenção aos elementos da realidade.

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C) Não. Ocorre uma descrição fantasiosa das atividades exercidas por Jorge — descer a minas assustadoras, enfrentar inimigos. Luísa tentava justificar a escolha de um marido distante de seus ideais românticos, que foram revigorados pela presença sedutora de Basílio.

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D) O ócio e as fantasias de Luísa ganham contraponto na figura da criada trabalhadora, cuja vida é marcada pela fadiga. Assim, o clima romântico criado pelo narrador, que descreve Luísa no escuro a contemplar um “céu estrelado”, tocando piano e pensando na próxima visita do primo e na roupa que vestirá para recebê-lo (“o roupão novo de foulard cor de castanho”), rompe-se com as observações funcionais e pragmáticas de Juliana — “encolhida e lúgubre” e de aparência simples e desleixada (“arrastando as chinelas”, “casabeque pelos ombros”) —, para quem apenas falta a luz.

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E) Luísa empolga-se com o reencontro com o primo, que associa aos ideais românticos de sua formação cultural. Ele corresponde a uma fratura em sua vida monótona e a leva, inconscientemente, a fazer comparações entre ele e Jorge e entre sua vida aventuresca e a dela. Luísa mostra-se, assim, vulnerável à oportunidade que lhe trará Basílio.

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