1. No capítulo VI, Quincas Borba usa exemplos práticos para explicar para Rubião a filosofia criada por ele, o Humanitismo. Explique o que você entendeu do Humanitismo e qual a relação dessa filosofia fictícia com o contexto histórico da época. (1,5)
2. Rubião morre tentando dizer “ao vencedor, as batatas”. Ele é um vencedor? Quem, de fato, pode-se dizer que são os vencedores? (1,5)
3. No final do livro, é possível perceber um narrador indiferente com a morte de Rubião? Justifique e coloque uma citação que prove essa indiferença, se for o caso.
4. Produza um texto respondendo:
a) principais ideias e conceitos apresentados;
b) análise crítica de certas passagens-chave do texto (lembrando que "criticidade" envolve algo muito além de "é bom", "é ruim", "gosto", "não gosto").
c) apresentar as facilidades e dificuldades que o leitor encontrará em sua leitura. Que conhecimentos prévios são importantes de se ter antes de proceder com a leitura do texto?
Soluções para a tarefa
1. O Humanitismo criado por Quincas Borba é uma crença no progresso acima de todas as outras coisas, inclusive acima dos seres humanos.
- Perpassa o livro o exemplo de duas tribos em um vale.
- Só havia batatas para alimentar uma das tribos.
- Se elas dividirem as batatas, ninguém sairá do vale e todos morrerão.
- A solução do Humanitismo seria uma tribo exterminar a outra.
- Quincas Borba resumiu: Ao perdedor, o ódio ou compaixão. Ao vencedor, as batatas.
O Humanitismo é uma paródia do Positivismo, doutrina filosófica que estava em voga na época de Machado de Assis.
- Machado critica o fato de que o Positivismo reifica o progresso, isto é, coloca-o acima de tudo o mais.
- O Positivismo menospreza indivíduos, ao enfocar apenas a sociedade.
2. Rubião se acreditava acima de todos os demais, por seu monopólio sobre o Humanitismo, do qual havia se apropriado após a morte de Quincas Borba.
- Entretanto, sua obsessão o cegou inclusive para a própria saúde.
- Delirante, morreu sozinho com seu cachorro.
- Vencedores foram os que o exploraram, incluindo o médico.
3. O narrador se mostra crítico e amargo. Permite que o leitor chore ou ria se quiser: "Eia! chora os dous recentes mortos, se tens lágrimas. Se só tens riso ri-te! E a mesma cousa."
- A construção pode ser considerada uma indiferença.
- Entretanto, não se trata da indiferença do narrador.
- Ele conclui dizendo que o Cruzeiro do Sul está alto demais para se importar com o riso ou choro dos homens.
- Todo o livro tratava de perspectivas elevadas demais que tendem a ignorar os seres humanos. O Humanitismo fazia isso.
4. a) O livro reflete criticamente sobre os perigos de colocar uma ideia (por exemplo, o conceito de sociedade ou de progresso) acima dos seres humanos.
- Quincas Borba criou o Humanitismo.
- Rubião se apropriou da ideia e de sua fortuna após a morte dele.
- Batizou o próprio cão de Quincas Borba.
- Rubião perdeu o dinheiro e não conseguiu aplicar as ideias.
- Os três (Rubião, Quincas Borba e o cão Quincas Borba) morreram e foram esquecidos.
- Houve trapaças e enganos em nome da prosperidade. E ninguém prosperou.
b) Em Quincas Borba, a amargura e o pessimismo de Machado de Assis estão mais fortes do que em outros livros como Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Dom Casmurro.
Na intenção de criticar uma filosofia, que era o Positivismo ironizado em seu Humanitismo, o romance Quincas Borba traz poucos personagens com os quais dá para simpatizar.
- Quincas Borba é arrogante.
- Rubião é mesquinho e ambicioso.
- Até o médico deles é interesseiro.
- O cão, talvez a melhor figura, não fala e morre triste e solitário.
c) Por causa da forte crítica filosófica mencionada logo acima, o leitor pode ter dificuldade em se colocar no lugar dos personagens. Isso pode tornar a leitura um desafio.
- É mais fácil se envolver na leitura quando se tem identificação com um personagem.
- É difícil se identificar com Rubião, como era difícil também com Quincas Borba.
- Para compensar, é fácil perceber as ironias amargas do livro. Especialmente no final.
É importante conhecer detalhes sobre o Positivismo, doutrina filosófica que havia criado a sociologia e que professava o lema "ordem e progresso", inclusive incorporado à bandeira brasileira.
O Humanitismo do Quincas Borba de Machado de Assis
Quincas Borba é o menos popular dos três principais romances do escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908):
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).
- Quincas Borba (1891).
- Dom Casmurro (1899).
Embora não esteja entre os livros preferidos por alguns leitores, Quincas Borba popularizou a expressão "Ao vencedor, as batatas".
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