1- No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, até o dia 05 de agosto de 2020 o número de
contaminados confirmados era de 2.801.921 habitantes, enquanto o de óbitos se aproximava dos 96 mil. Apesar do
aumento crescente e dos poucos locais sem novos contaminados no país, as esferas federais e estaduais prezaram
pela chamada "reabertura da economia" com o retorno de atividades não essenciais, incluindo bares, academias e
demais locais de grande aglomeração humana – comprovadamente um dos principais meios de proliferação, segundo
a OMS (Organização Mundial da Saúde). Levando em consideração os principais aspectos sociais e políticos de nossa
atualidade, que paralelos podemos fazer entre o conto de Edgar Allan Poe e a atual situação sociopolítica em nosso
País? Descreva sua análise
Soluções para a tarefa
Resposta:
Por muito tempo a Morte Rubra devastara o país. Jamais pestilência alguma fora tão mortífera ou tão terrível [...]. Mas o príncipe
Próspero sabia-se feliz, intrépido e sagaz. Quando seus domínios começaram a despovoar-se, chamou à sua presença um milheiro
de amigos sadios e frívolos, escolhidos entre os fidalgos e damas da corte, e com eles se encerrou numa de suas abadias
fortificadas.” Assim começa o conto “A Máscara da Morte Rubra”, do norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849), em tradução
de José Paulo Paes.
O conto foi publicado pela primeira vez em maio de 1842 na Graham’s Magazine. Umas das fontes dessa história gótica teria sido
um relato do poeta e escritor Nathaniel Parker Willis, conterrâneo e colega de trabalho de Poe. Nele, Willis narrava um “baile de
cólera” de que teria participado em Paris. “A Máscara da Morte Rubra” fez sucesso e foi também fonte de inspiração para
outras histórias de horror, entre elas “O Intruso”, de H.P. Lovecraft. O que é mais intrigante agora é que, no Brasil, talvez
estejamos vivendo o relato de Poe na vida real.
O romancista austríaco Robert Musil já dizia que “o poeta se antecipa ao progresso político (o que é poesia um pouco mais tarde
será política)”. Se essa afirmação procede, poder-se-ia dizer que vivenciamos a primeira parte do mencionado conto de Poe
quando, no dia 15 de março, o presidente da República incentivou o povo a ir às ruas festejar seus “feitos” em plena pandemia do
coronavírus.