1.nas estrofes finais, o eu lírico inclui o leito no poema
A.Que papel teria o leitor no poema bomba suja?
poema
Introduzo na poesia
A palavra diarréia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.
Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.
No dicionário a palavra
é mera idéia abstrata.
Mais que palavra, diarréia
é arma que fere e mata.
Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.
Por exemplo, a diarréia,
no Rio Grande do Norte,
de cem crianças que nascem,
setenta e seis leva á morte.
É como uma bomba D
que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.
É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
que enquanto o homem trabalha
vai preparando a explosão.
Bomba colocada nele
muito antes dele nascer;
que quando a vida desperta
nele, começa a bater.
Bomba colocada nele
Pelos séculos de fome
e que explode em diarréia
no corpo de quem não come.
Não é uma bomba limpa:
é uma bomba suja e mansa
que elimina sem barulho
vários milhões de crianças.
Sobretudo no nordeste
mas não apenas ali
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste.
Cabe agora perguntar
quem é que faz essa fome,
quem foi que ligou a bomba
ao coração desse homem.
Quem é que rouba a esse homem
o cereal que ele planta,
quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta.
Quem faz café virar dólar
e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
suja no corpo do homem.
Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
a espoleta da fome
que mata nossos irmãos.
Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
dentro do trabalhador.
E sobretudo é preciso
trabalhar com segurança
pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
pela arma da esperança.
Soluções para a tarefa
Respondido por
12
O eu lírico ou persona poética, que é a voz que fala no poema, faz uma crítica à desigualdade social, introduzindo a palavra "Diarreia" para chamar à atenção do leitor para o fato de que a fome é uma realidade,ao mesmo tempo que a diarreia ainda é uma das maiores causas de mortalidade, principalmente nas regiões mais pobres do país.
A partir da antepenúltima estrofe, o eu lírico convida seu leitor a "desarmar a espoleta da fome", ou seja, a reagir contra esta desigualdade social que faz com que outros homens vivam em situação miserável.
Na penúltima estrofe, o eu lírico chama novamente seu leitor. Agora para "deter o sabotador que instala a bomba da fome dentro do trabalhador", isto é, para desfazer esta situação de fome, é necessário reestruturar a relação entre patrão e trabalhador, para diminuir esta desigualdade. E para isso, é necessária a participação também do leitor. Mantem-se aí um tom provocativo, convidando quem ler o poema a sair da sua zona de conforto.
Na última estrofe, o eu lírico propõe uma reconstrução desta pirâmide social, substituindo em cada homem a fome pela esperança.
A partir da antepenúltima estrofe, o eu lírico convida seu leitor a "desarmar a espoleta da fome", ou seja, a reagir contra esta desigualdade social que faz com que outros homens vivam em situação miserável.
Na penúltima estrofe, o eu lírico chama novamente seu leitor. Agora para "deter o sabotador que instala a bomba da fome dentro do trabalhador", isto é, para desfazer esta situação de fome, é necessário reestruturar a relação entre patrão e trabalhador, para diminuir esta desigualdade. E para isso, é necessária a participação também do leitor. Mantem-se aí um tom provocativo, convidando quem ler o poema a sair da sua zona de conforto.
Na última estrofe, o eu lírico propõe uma reconstrução desta pirâmide social, substituindo em cada homem a fome pela esperança.
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