1.Na frase “..., porque o cotidiano dele está marcado por elementos tomados emprestados de
outras culturas.” O que são elementos tomados emprestados de outras culturas? Dê exemplos
retirados do texto ou de seu conhecimento
2.Explique as palavras do escritor mexicano Octávio Paz: “as civilizações não são fortalezas, mas
encruzilhadas”.
TEXTO: O terceiro equívoco é o congelamento das culturas indígenas. Enfiaram na cabeça da maioria
dos brasileiros uma imagem de como deve ser o índio: nu ou de tanga, no meio da floresta, de arco e
flecha, tal como foi descrito por Pero Vaz de Caminha. E essa imagem foi congelada. Qualquer
mudança nela provoca estranhamento. Quando o índio não se enquadra nessa imagem, vem logo a
reação: “Ah! Não é mais índio”. Na cabeça dessas pessoas, o “índio autêntico” é o índio de papel da
carta do Caminha, não aquele índio de carne e osso que convive conosco, que está hoje no meio de
nós. O governador Gilberto Mestrinho (ex-governador do Amazonas), por exemplo, para impedir a
demarcação das terras indígenas, veio com esse papo mole, que reforça preconceitos. Ele disse: “esses
aí não são mais índios, já estão de calça e camisa, já estão usando óculos e relógios, já estão falando
português, não são mais índios”. Ele criou uma nova categoria, desconhecida pela etnologia: os ex-
índios. Aí, se essa lógica funciona, eu fico me perguntando se o Mestrinho não é, então, um ex-
brasileiro, porque o cotidiano dele está marcado por elementos tomados emprestados de outras
culturas. Aliás, isto acontece com todos nós. Você, por exemplo, está vestido com jeans, aliás, muita
gente aqui está com um tipo de roupa que não foi inventada por nenhum brasileiro. Móveis como
mesa e a cadeira têm uma história que vem lá da Mesopotâmia, onde foram projetadas no século VII
a.C. passaram pelo Mediterrâneo sofrendo várias modificações antes de chegarem a Portugal e depois
ao Brasil.
A forma de construir em concreto também não é técnica brasileira. O computador não é
brasileiro, o telefone não é brasileiro, enfim toda essa parafernália que a gente usa – os milhares de
itens culturais presentes no nosso cotidiano - não tem suas raízes em solo brasileiro. O escritor
mexicano Octávio Paz escreveu com muita propriedade que “as civilizações não são fortalezas, mas
encruzilhadas”. Ninguém vive isolado absolutamente, fechado entre muros de uma fortaleza.
Historicamente, cada povo mantém contato com outros povos. Às vezes essas formas de contato são
conflituosas, violentas. Às vezes, são cooperativas, se estabelece o diálogo, a troca. Em qualquer caso,
os povos se influenciam mutuamente.
pfv ajudem ❤
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