1 - Leia a resenha crítica escrita por Natália Menezes.
Resenha "O Cortiço" - Aluísio de Azevedo
Por Natália Menezes
O romance conta a história do caminho que João Romão percorreu para ficar rico. Para conseguir
atingir esse objetivo, ele, que é o dono do cortiço, explora os seus empregados e até comete furtos.
A sua amante, Bertoleza, trabalha continuamente, sem folgas ou descansos. Ao lado do cortiço mora
Miranda, um comerciante bem-sucedido, que entra em disputa com João Romão por uma braça de
terra que quer comprar para aumentar o seu quintal. Como eles não entram em acordo, rompem
relações. Movido por uma extrema inveja de Miranda, João passa a trabalhar arduamente para con-
seguir ficar mais rico do que o seu rival. Quando Miranda recebe o título de barão, aos poucos João
percebe que não basta apenas ganhar dinheiro, mas também tem que participar ativamente da vida
burguesa, como ler livros e ir ao teatro, por exemplo. O relacionamento entre Miranda e João Romão
melhora quando João tenta imitar as conquistas do rival, tanto que o cortiço passa a ser um lugar
mais organizado e agradável e passa a se chamar Vila João Romão. João começa uma amizade com
Miranda e pede a mão de sua filha em casamento, mas tem Bertoleza atrapalhando os seus planos.
Dessa forma, João a denúncia como escrava fugida. Assim, ele fica livre para se casar. Há outras
personagens no cortiço, cujas histórias se entrelaçam e formam um grande enredo.
O Cortiço é um livro que foi escrito no ano de 1890, por Aluísio de Azevedo, um grande autor da nossa
literatura, que mostrou as relações humanas de uma forma muito crua e real. Na época do lançamen-
to, o livro chegou a ser tratado como melhor do que muitos outros, até de autores como Machado
de Assis, devido a pertencer à escola naturalista, de grande prestígio na Europa e que ganhava força
cada vez maior aqui no Brasil. A história se passa no Brasil, durante o século XIX, sem data precisa.
Há dois ambientes que são explorados: o cortiço e o sobrado do comerciante Miranda e sua família,
que fica ao lado do cortiço. E nesse contexto que tudo será desenvolvido. Não demorou muito para
que “O Cortiço” estivesse nas casas e arrancasse da sociedade da época críticas positivas e negativas.
A obra é narrada em terceira pessoa, com o narrador onisciente, ou seja, ele tem conhecimento de
todos os acontecimentos, sejam ações ou pensamentos. O narrador tem grande poder na estrutura
da história e pode parecer imparcial, mas na realidade ele entra diretamente em diversos pontos da
narrativa, tornando-a próxima o bastante da realidade daquele momento do país.
O tempo é trabalhado de modo linear, com início, desenvolvimento e final. Uma narrativa comum,
mas com seus detalhes próprios de verdade, alguns personagens muito ricos, com defeitos, quali-
dades, sentimentos, ambições, como é e deve ser um ser humano. E é exatamente essa questão de
mostrar o homem, a sociedade, os preconceitos, as modas e a hierarquia de uma maneira tão se-
dutoramente verdadeira e fiel à realidade do cotidiano e das emoções, que faz este livro ser um dos
maiores clássicos da nossa literatura e Aluísio de Azevedo um dos maiores nomes desse cenário.
Recomendo. Aliás, acho extremamente necessário que as pessoas tenham contato com esta obra
que demonstra como sempre foi cruel, desorganizada e sentimental as relações entre pessoas,
meio, consciência e valores.
Aponte as características do texto que podem nos fazer defini-lo como uma resenha crítica.
Soluções para a tarefa
Resposta:
pela descrição da obra analisada,resumo das informações contidas no texto-base, inclusão de citações da obra resenhada para ilustrar um comentário, e apresentação da opinião do leitor sobre o texto-base.
Explicação:
A resenha crítica do romance "O Cortiço" - Aluísio de Azevedo de autoria de Natália Menezes pode ser definida como tal pela subjetividade demonstrada ao longo do texto.
Uma resenha crítica mais que um resumo da obra analisada fornece indícios da opinião do autor sobre a mesma. Quando lemos que Natália acredita que Aluísio de Azevedo seja mesmo 'melhor' que Machado de Assis, ela deixa clara sua predileção por suas obras e de certa maneira influencia seu leitor a explorar mais do autor.
Ela trata do romance em questão como uma leitura obrigatória, por discorrer de problemas sociais e condutas humanas atemporais, e sua recomendação explícita no último parágrafo apenas realça que sua intenção é fazer seu público consumir o objeto cultural.
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Bons estudos!