1-Escreva a trajetória das mulheres nos esportes.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Mais próximo da atualidade, a própria legislação do Brasil, no período em que os militares estiveram no poder, determinava que esportes como o jiu-jitsu, futebol, entre outros eram proibidos para mulheres. Veja:
“Art. 54. Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país” (DECRETO-LEI Nº 3.199, DE 14 DE ABRIL DE 1941).
Em 1965, o Conselho Nacional de Desportos decidiu que: “Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo-aquático, pólo, rugby, hanterofilismo e baseball”.
Com o passar dos anos, esse paradigma de exclusão de gênero para determinados esportes foi se extinguindo a partir do momento que as próprias mulheres passaram a inserir-se nesse meio, mesmo com os olhares “tortos” dos homens e até mesmo de outras mulheres que passaram a concordar forçosamente com aquela realidade restritiva
Com a indignação cada vez mais presente entre o público feminino que tinha vontade de crescer no esporte, cada país e modalidade tiveram suas heroínas que corroboraram para o avanço da aceitabilidade feminina nesse universo tão masculino. Nas Olimpíadas, maior palco esportivo do mundo, podemos destacar com orgulho a atuação da francesa Alice Melliat.
No ano de 1900 ela, acompanhada de mais 10 mulheres, foi até Paris para participar da primeira edição dos Jogos Olímpicos da era Moderna. Ela reivindicou junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional) a permissão da entrada das mulheres em diversas modalidades, pedido esse que foi acatado de forma não oficial.
No ano de 1928, o COI decidiu aprovar a inclusão de provas de atletismo para as mulheres nas Olimpíadas. Porém, nessa época, as mulheres ainda eram muito subestimadas no esporte e acreditava-se que elas não eram capazes de correr grandes distâncias, sendo então restritas às modalidades de curta distância.
Por conta disso, muitas outras mulheres passaram a protestar contra esse pré-julgamento, desafiando as regras ao participarem de provas que até então eram exclusivamente masculinas, como por exemplo, a Maratona de Boston, São Silvestre, entre outras, derrubando a ideia de que as mulheres eram frágeis para longas distâncias.
Foi somente no ano de 1936 que o COI decidiu reconhecer de fato as mulheres como atletas olímpicas, enquanto a presença de mulheres em corridas de longa distância foi parcialmente consolidada somente em 1984. Ainda assim, as mulheres só passaram a ter direito de participar de todas as modalidades olímpicas em 2012, o que é considerado ainda muito recente.
Nos jogos olímpicos de Los Angeles, em 1984, ano em que ocorreu a primeira maratona olímpica feminina da história dos jogos, Gabrielle Andersen protagonizou uma das cenas mais impactantes e emocionantes do esporte. Por conta do forte calor, ela cruzou a linha de chegada com câimbras, exausta, mas sem desistir nem um segundo, sendo mais um estímulo para as mulheres na época.
No Brasil, também temos uma personalidade de destaque que influenciou as esportistas brasileiras. Maria Lenk, com apenas 17 anos, em 1932, foi a primeira brasileira a participar de uma Olimpíada, o que foi um grande incentivo para outras mulheres iniciarem suas carreiras desportivas. Marta Vieira da Silva também é uma brasileira de destaque internacional por conta do seu talento no futebol feminino. Entrou para o futebol profissional em 2000 e é considerada uma das melhores jogadoras de futebol do mundo.