1)
“Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!”
De acordo com o crítico literário Lino Machado, a visão maneirista do mundo se deixa contaminar por um profundo pessimismo. Assinale a alternativa que esteja de acordo com o soneto de Camões apresentado e sua visão maneirista do mundo.
Alternativas:
a)
O amor platônico é a única solução ao eu-lírico.
b)
O eu-lírico se acredita injustiçado em relação ao amor, mas suas experiências passadas mostram que é possível ser feliz.
c)
O passado mostra ao eu-lírico que o amor verdadeiro é possível.
d)
O eu-lírico se encontra esperançoso em relação a um amor futuro.
e)
O eu-lírico se encontra desesperançoso e desiludido em relação ao amor, devido a experiências do passado.
2)
“O número das ‘epopeias regulares’ que sobrevivem é reduzidíssimo. A Divina Comédia não é epopeia em sentido estrito, o Orlando Furioso não é regular, e o Paradise Lost coloca-se intencionalmente fora dos moldes virgilianos. Fica a Gerusalemme Liberata, e sabe-se que Tasso meditara muito antes de encontrar um assunto que pudesse interessar à cristandade inteira – intuito irrealizável depois da Reforma, e que o levou ao artifício de apresentar os cruzados medievais em trajes do Barroco. Camões venceu a dificuldade pela limitação: não pretendeu interessar senão à pequena nação portuguesa, mas naquele momento em que a história de Portugal se confundiu com a maior transição do mundo moderno. O símbolo dessa coincidência é que em Os Lusíadas a história portuguesa inteira aparece como preparação do grande momento histórico das descobertas, assim como o pequeno rio Mondego desemboca no grande Oceano.”
O trecho apresentado, do crítico literário Otto Maria Carpeaux, poderia ser parafraseado da seguinte forma:
Alternativas:
a)
São poucas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões conseguiu fazer uma sem intenção, pois, embora pretendesse fazer uma épica que interessasse apenas ao seu povo, o momento histórico de publicação de Os Lusíadas coincide com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
b)
São poucas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões não conseguiu fazer uma, pois, embora pretendesse fazer uma épica que interessasse ao mundo, o momento histórico de publicação de Os Lusíadas coincide com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
c)
São muitas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões conseguiu fazer uma delas sem intenção, pois, embora pretendesse fazer uma épica que interessasse apenas ao seu povo, o momento histórico de publicação de Os Lusíadas coincide com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
d)
São poucas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões conseguiu fazer uma intencionalmente, pois tinha consciência de que a temática de Os Lusíadas coincidia com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
e)
São muitas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões conseguiu fazer algumas delas em Os Lusíadas, cuja publicação coincide com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
3)
“A melancolia virgiliana, em Camões, está em outra parte: na sua poesia lírica, que muitos, e com boas razões, preferirão à sua epopeia.
(...)
Camões é profundamente pessimista, não pode haver dúvidas sobre isso. Pessimismo de um platônico cristão, para o qual o mundo é uma “prisão terrestre e escura” da alma. Nenhuma consolação estoica, tão familiar aos espanhóis, pode atenuar o pessimismo do católico português contra o qual se conjuraram ‘Fortuna co’ Amor’”.
O trecho do crítico literário Otto Maria Carpeaux traz uma informação importante sobre a lírica de Camões: seu irremediável pessimismo. Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta, por si só, a característica apontada por Carpeaux.
Alternativas:
a)
“Atado ao remo tenho a paciência”.
b)
‘tão enlevado sinto o pensamento”.
c)
“O tempo o claro dia torna escuro”.
d)
“o lindo ser de vossos olhos belos”.
e)
“que tudo, enfim, vençais co tempo armado”.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1- b
O eu-lírico se acredita injustiçado em relação ao amor, mas suas experiências passadas mostram que é possível ser feliz.
Explicação:
Resposta:
1) e)
O eu-lírico se encontra desesperançoso e desiludido em relação ao amor, devido a experiências do passado.
2) a)
São poucas as “epopeias regulares” remanescentes. Camões conseguiu fazer uma sem intenção, pois, embora pretendesse fazer uma épica que interessasse apenas ao seu povo, o momento histórico de publicação de Os Lusíadas coincide com o momento em que a história de Portugal significou também a maior transição do mundo moderno.
3) c)
“O tempo o claro dia torna escuro”.
4) d)
Caminha fala de uma primeira tentativa de apresentar a religião católica aos nativos, tratando-os como desprovidos de qualquer crença. Com a recomendação final ao rei, fica evidente a intenção de aculturação indígena.
5) b)
Os demônios querem dominar os povos indígenas, para que se afastem do cristianismo, reflexo de uma visão dos jesuítas e da Companhia de Jesus.
Explicação:
Foi corrigido pelo AVA.