1. Como pode-se perceber a estética cultista na obra de Gregório de Matos Guerra,
principalmente nos seus poemas de cunho sacro ou lírico? (Mínimo de 10 linhas
digitadas e transcreva um excerto do poema que ampare sua resposta)
2. Nos poemas satíricos, Gregório corresponde à alcunha de boca do inferno.
Contudo, há grande incoerência entre o espírito crítico do poeta e a crítica que ele
tece. Como podemos perceber esta incoerência? (Mínimo de 10 linhas digitadas e
transcreva um excerto do poema que ampare sua resposta)
3. De que forma se percebe o fugere urbem e o locus amoenus na poesia de Tomás
Antônio Gonzaga? Explique esta afirmação. (Mínimo de 10 linhas digitadas e
transcreva um excerto do poema que ampare sua resposta)
4. Como podemos compreender a tentativa de Tomás Antônio Gonzaga de
racionalizar os sentimentos na parte 3 de Marília de Dirceu? (Mínimo de 10 linhas
digitadas e transcreva um excerto do poema que ampare sua resposta)
Soluções para a tarefa
Resposta:
Gregório de Matos Guerra, poeta baiano do século XIX, é considerado o primeiro poeta genuinamente brasileiro de nossa literatura. Famoso por seu tom ácido, despertou a ira dos que eram criticados em seus poemas. Muito dinâmico, o poeta não compôs só os poemas satíricos que lhe deram a fama de Boca do Inferno, mas também produziu obras religiosas e líricas.
Leia também: Barroco no Brasil – movimento literário do qual Gregório de Matos fez parte
Biografia de Gregório de Matos Guerra
O poeta Gregório de Matos nasceu na Bahia, provavelmente em 20 de dezembro de 1633, e teria falecido em janeiro de 1696, em Recife. Após ter cursado os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas, em Salvador, mudou-se para Coimbra, em Portugal, onde cursou Direito. Após formar-se, exerceu a advogacia em Lisboa por um tempo, até que retornou à Bahia em razão do incômodo gerado por suas sátiras na sociedade portuguesa.
Explicação:
Gregório de Matos Guerra, poeta baiano do século XIX, é considerado o primeiro poeta genuinamente brasileiro de nossa literatura. Famoso por seu tom ácido, despertou a ira dos que eram criticados em seus poemas. Muito dinâmico, o poeta não compôs só os poemas satíricos que lhe deram a fama de Boca do Inferno, mas também produziu obras religiosas e líricas.
O poeta Gregório de Matos nasceu na Bahia, provavelmente em 20 de dezembro de 1633, e teria falecido em janeiro de 1696, em Recife. Após ter cursado os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas, em Salvador, mudou-se para Coimbra, em Portugal, onde cursou Direito. Após formar-se, exerceu a advogacia em Lisboa por um tempo, até que retornou à Bahia em razão do incômodo gerado por suas sátiras na sociedade portuguesa.
Em terras brasileiras, tornou-se tesoureiro-mor da Companhia de Jesus. Mesmo exercendo esse importante cargo em uma instituição religiosa, não poupou seu sarcasmo e ironia ao tecer críticas ao clero, o que lhe rendeu o degredo para Angola. Bastante adoentado na África, recebeu a permissão de retornar ao Brasil, desde que cumprisse duas condições: não voltar à Bahia e não publicar ou apresentar suas sátiras. De volta ao país, mudou-se para Recife, onde viveu até sua morte.
A obra de Gregório de Matos divide-se em três vertentes temáticas: poesia satírica, religiosa e lírica. Em relação à vertente satírica, predomina, como traço caracterizador, o teor crítico aos vícios e costumes do brasileiro, mais precisamente da sociedade baiana, à hipocrisia do clero e à incompetência do administrador português.
Quanto às vertentes lírica e religiosa, observa-se um forte teor idealista, em que o plano espiritual é superior ao terreno. Além disso, nota-se a presença de importantes características barrocas, como a manifestação da contradição entre o desejo pelo aperfeiçoamento do espírito por meio da fé e a consciência de que é preciso viver-se o cotidiano mundano da vida.
Essas três vertentes temáticas foram cultivadas em uma linguagem caracterizada pelo uso excessivo de figuras de linguagem, pelo estilo cultista, pelo estilo conceptista e pelos jogos de palavras.
Poemas de Gregório de Matos Guerra
A obra de Gregório de Matos permaneceu inédita até o início do século XX, quando, entre 1923 e 1933, a Academia Brasileira de Letras (ABL) organizou e publicou seis volumes com seus poemas:
I. Poesia sacra
II. Poesia lírica
III. Poesia graciosa
IV e V. Poesia satírica
VI. Últimas
Poema satírico
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhada
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!