1) Como a autora se posiciona em relação ao assunto principal discutido?
Abaixo as Barbies!
A feiura não tem história. Tampouco se escreveu a história da solidão e da dor, e de suas consequências mais imediatas. Há séculos, os feios servem de bode expiatório a sociedades muito seguras da própria verdade e do discurso das elites, que, tal como as nossas nos anos 1920 e 1930, determinavam que a beleza era o modelo "sueco". Hoje, embora o discurso higienista tenha desaparecido, continuamos falando em coisas como "patricinhas e mauricinhos", em "peruas e marombeiros". Nessa perspectiva, as transformações do corpo da mulher brasileira foram brutais. Uma radicalização compulsiva e ansiosa a impeliu nos últimos dez anos, e continua a impeli-la, para a tríade abençoada pela mídia: ser bela, ser jovem, ser saudável! Graças à supremacia das imagens, instaurou-se a tirania da perfeição física. Hoje, todas querem ser magras, leves, turbinadas. Em um mundo onde se morre de fome, grassa uma verdadeira lipofobia - todas as mulheres parecem querer participar da sinfonia do corpo magnífico, quase atualizando as intolerantes teses estéticas dos nazistas. [...] A feiura é vivida como um drama. Daí a multiplicação de fábricas de "beleza", cujo pior fruto é a clínica de cirurgia plástica milagrosa. [...] o culto à beleza, e exclusivamente a ela, é perigoso. Estando intimamente ligado àquele da juventude e do efêmero, torna-se um desafio ao tempo, e, mais dramático, ao homem por si mesmo. Pior é quando um modelo de beleza nosso, mestiço, passa a ser ameaçado pelo que vem de fora. Entre nós, aumenta assustadoramente o número de mulheres que opta pela imagem da "Barbie" norteamericana, dona de volumosos seios de plástico, cabeleiras louras falsas e lábios de Pato Donald. [...] Xô Barbies, próteses, anabolizantes, anoréxicas e oxigenadas! Abaixo a insistência em fabricar mulheres sem marcas nem diferenças capazes de individualizá-las. Num país onde são tantas as variáves corporais, onde graças e desgraças são distribuídas de acordo com as diversas heranças biológicas e sociais, a imposição de um modelo "perua" importada só é bom quando se trata de veículo de passeio sobre quatro rodas!
(DEL PRIORE, M. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013. p. 230-233).
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Posiciona-se radicalmente contra ao culto exagerado à beleza, sendo contraria a americanização e a falta de individualidade que esse tipo de comportamento trás.
trudilu1:
Obrigada , me ajudou.
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