1 A crônica relata uma experiência vivida pelo narrador.
a) Que acontecimento deu origem à crônica?
b) Em que espaço aconteceram as ações narradas e em que período de tempo?
c) Que recurso o narrador usou, no primeiro parágrafo, para sugerir que a situação foi inesperada?
2 Embora o narrador não conhecesse a mulher que o confundia com Rodrigo, estabeleceu certa sintonia com ela.
a) Como se evidencia, no terceiro parágrafo, uma relação de simpatia e compreensão?
b) No sexto parágrafo, percebemos que o narrador chega a se confundir com Rodrigo. Transcreva o trecho que faz essa sugestão.
c) Em outros momentos, o narrador procura marcar sua própria identidade. Cite uma dessas passagens.
3 Pela pontuação, o narrador sugere três maneiras de pronunciar o nome Rodrigo e três diferentes intenções da falante.
a) Como o narrador interpretou as frases “Rodrigo?!”, “Rodrigo!” e “Rodrigo...”?
b) A interpretação do último chamamento corresponde, de fato, ao contexto? Por quê?
4 A narrativa traz um desfecho imprevisível. Releia: “Olhei no fundo dos olhos dela e acabei, finalmente, com aquele absurdo: ‘Perdoo’”. Por que a resposta do narrador quebra a expectativa do leitor?
Soluções para a tarefa
1. a) O acontecimento que deu origem à crônica foi uma mulher confundir o narrador com um homem chamado Rodrigo.
b) Espaço: aeroporto
Período: em poucos minutos
c) Para sugerir que a situação foi inesperada, o narrador inicia a crônica com a fala da mulher chamando-o de Rodrigo e surpreendendo-o.
2. a) A relação de simpatia e compreensão se evidencia pelo fato de o narrador sentir pena da mulher, devido a sua expressão de olhar e marcas no rosto.
b) O trecho que mostra que o narrador chega a se confundir com Rodrigo é: "que me encheu de culpa".
c) As passagens em que o narrador procura marcar sua própria identidade:
"algo posso afirmar sobre mim, sem titubear: eu não me chamo Rodrigo." "Como eu não era – e continuo não sendo."
3. a) "Rodrigo?!": dúvida
"Rodrigo!": afirmação
"Rodrigo...": acusação
b) Não, pois a mulher não acusa ou se queixa de Rodrigo, inclusive pede perdão a ele.
4. A resposta do narrador quebra a expectativa do leitor porque ele não insiste em revelar sua identidade verdadeira e finge ser Rodrigo, perdoando a mulher.
Crônica "O embarque", de Antonio Prata.
A crônica Embarque, de Antônio Prata, se desenrola a partir de um mal-entendido e se encerra com um final surpreendente.
- 1.a. Uma confusão, um mal-entendido.
- 1.b. No Aeroporto de Congonhas. No período de alguns minutos.
- 1.c. O recurso é o chamamento: "Rodrigo?!"
- 2.a. A evidência é a análise que o narrador elabora a partir da aparência da mulher desconhecida.
- 2.b. O trecho é:"— que me encheu de culpa."
- 2.c. Pelo menos em três momentos o narrador tenta afirmar para si próprio sua identidade. Um desses momentos é: "Fui chegando perto, já pegando o RG..."
- 3.a Interpretou como dúvida o primeiro "Rodrigo?!"; como afirmação o segundo "Rodrigo!" e como acusação o terceiro "Rodrigo..."
- 3.b. Não. O último chamamento contradiz o contexto anterior.
- 4. A resposta quebra a expectativa do leitor pois o narrador assume o papel de Rodrigo.
Análise detalhada: afinal, quem é Rodrigo?
1.a. O primeiro parágrafo do texto nos insere no acontecimento:
- Uma mulher, em um aeroporto, confunde o narrador com um tal de Rodrigo.
Esse mal-entendido causa uma necessidade de reação no narrador, que, na intenção de explicar para a mulher que ela havia se enganado, tenta deduzir, pela expressão dela, quem é aquele homem chamado Rodrigo e o que ele pode ter feito a ela.
1.b. Toda a cena é muito rápida. A personagem e o narrador tem pouco tempo para reagir ou entender direito o que está acontecendo.
- O espaço onde as ações se passam é o aeroporto de Congonhas, que fica em São Paulo e é um dos mais importantes do Brasil.
- O período de tempo não passa de alguns minutos, pois tanto o narrador quanto a mulher desconhecida esperam para embarcar em seus respectivos voos.
No final da cena, a mulher entra no portão nove, que conduz a uma viagem para Maringá, Paraná.
1.c. O recurso empregado pelo narrador foi:
- "Rodrigo?!"
Analisando esse trecho, percebemos que o autor construiu essa introdução de maneira inteligente. É importante observar que:
- O autor usa o recurso do discurso direto
- O nome chamado está entre aspas, acompanhado de uma interrogação e de uma exclamação
Essa única construção é capaz de nos incitar, pois podemos interpretá-la como uma dúvida e uma certeza ao mesmo tempo, causando no leitor interesse imediato pela narrativa.
2.a. A evidência encontrada no terceiro parágrafo é que o narrador simpatiza com a mulher pois percebe que:
- Ela é uma mulher de 40 ou 50 anos;
- Seus olhos possuem expressão de espanto e rugas profundas, que passam ao narrador a impressão de que ela está sofrendo;
- O narrador, ao perceber isso, interpreta esses sinais como indícios de que o tal de Rodrigo não é boa pessoa e é causador dessas aflições à mulher;
- Pensando nisso, ele simpatiza e se compadece por ela.
2.b. No sexto parágrafo, o narrador por um momento se confunde com o tal Rodrigo, assumindo um sentimento de culpa pelo mal que o outro possa ter causado à mulher. O trecho que deixa isso claro é:
- " — que me encheu de culpa."
Podemos deduzir que quem sente culpa tende a ser culpado. Logo, ao sentir culpa por algo que outra pessoa fez, o narrador está assumindo a posição do outro, mesmo que por um momento. Ou seja, duvida por um instante de quem ele realmente é.
2.c. As passagens em que o narrador tenta recuperar o próprio senso de identidade são:
- "...algo posso afirmar sobre mim, sem titubear: eu não me chamo Rodrigo."
- "Como eu não era – e continuo não sendo."
- "Fui chegando perto, já pegando o RG..."
Essa última tentativa é engraçada, pois o narrador está tão confuso que se apoia em uma prova material para justificar que não é Rodrigo.
3.a. O narrador interpreta os chamamentos pelo nome Rodrigo da seguinte forma:
- A primeira vez que a mulher exclamou "Rodrigo?!", ele compreende que no jeito de falar a mulher expressa dúvida, e marca esse tom de voz com o uso da interrogação antes da exclamação.
- Na segunda vez a mulher fala com tom de afirmação, ao que o narrador transcreve a expressão "Rodrigo!", sem interrogação.
- E na terceira vez o narrador interpreta o chamamento como uma acusação, "Rodrigo...", usando reticências para indicar o tom de voz usado pela mulher.
3.b. O último chamamento não corresponde ao contexto. Observemos que a mulher diz:
- "Rodrigo, você me perdoa?"
O contexto era:
- O narrador imaginava que Rodrigo havia feito algum mal à mulher,
- Essa ideia foi dita anteriormente nos trechos: "O Rodrigo sem dúvida havia pisado na bola", "a havia feito sofrer"
- Sua expectativa era de que ela o acusasse ou até mesmo o ofendesse.
Mas, como vimos, o último chamamento revela que a mulher pede perdão, contradizendo o contexto anterior.
4. O desfecho é imprevisível porque:
- Durante toda a narrativa o leitor fica na expectativa de saber a maneira como o narrador irá dizer à mulher que não é o tal de Rodrigo.
- No entanto, essa expectativa é quebrada quando, comovido pelo abraço e pelo pedido de perdão, o narrador abandona toda a sua estratégia de provar sua identidade, assumindo, por fim, o lugar do tal Rodrigo.
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