1 A atuação competente dos pedagogos enquanto administradores educacionais é uma tarefa crucial para o aprimoramento efetivo da escola. Especialmente no contexto do sistema público de ensino, onde o diretor de escola precisa mediar as relações entre as instâncias superiores da administração do ensino e seus "subordinados", seu desempenho eficaz torna-se muito difícil e complexo. Como administrador intermediário dentro do sistema de ensino (embora em sua ponta inferior) com a tarefa de implementar as diretrizes políticas geralmente decididas nos órgãos externos e superiores à unidade escolar, o diretor se vê na contingência de ter que expressar lealdade a seus superiores hierárquicos e manifestar apoio e solidariedade a seus subordinados imediatos. Neste conflito de papéis e de interesses, a tendência tem sido uma "opção preferencial" pelas instâncias superiores de poder, em prejuízo da identificação com os interesses da unidade escolar e de seus atores imediatos. Esta posição tem, geralmente, levado os diretores de escola a se verem como "traidores" de seus colegas professores e a criarem um clima hostil e negativo de trabalho, onde o respeito pela sua autoridade e liderança educacional tende a diminuir após o encerramento de cada nova greve na rede de ensino. Do mesmo modo que a educação é uma das práticas sociais particulares da política como prática global da convivência humana, a administração da educação é, ao mesmo tempo, um ato político e um ato pedagógico. Na administração da educação existe uma superordenação do político sobre o pedagógico. Ou seja, o administrador da educação é, antes de tudo, um político e, como tal, precisa exercer suas funções com legitimidade, responsabilidade social e espírito público (Sander, 1984). No entanto, para exercer efetivamente sua função política, ele precisa estar tecnicamente preparado. É esta preparação técnica que lhe dará instrumentos eficientes e eficazes para exercer sua função com efetividade política e relevância cultural. Daí a necessidade, conclui Benno Sander (1984), da eleição do administrador educacional como estratégia política e de sua formação como preparação técnica. Neste contexto, os critérios de eficiência (capacidade de produção do máximo com o mínimo de tempo e energia) e de eficácia (capacidade para alcançar determinados resultados) devem subordinar-se à efetividade (capacidade de produzir a solução desejada) e à relevância (qualidade da solução) como critérios políticos e culturais. Donde, poder-se concluir que a forma concreta da administração escolar poderá contribuir positiva ou negativamente para a qualidade da educação, acabando por incutir nos administradores e nos administrados um certo estilo de vida e de relacionamento entre as pessoas e uma certa visão do mundo e do ser humano. SANTOS FILHO, José Camilo dos; CARVALHO, Maria Lúcia R. D.; GONCALVES, Clara Germana de Sá. Administração educacional como processo de mediação interna e externa à escola. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto , n. 5, p. 39-52, Aug. 1993.O pedagogo, enquanto administrador escolar, terá um desempenho adequado nesta função, enquanto mediador de conflitos num contexto em que A) privilegiar seu "olhar" para as instâncias superiores da administração e, nas épocas de conflito trabalhista, na ânsia de manter as boas relações com o poder das esferas superiores, inclina-se a se comportar como "capataz" do patrão e a abandonar a solidariedade com os profissionais de sua escola. B) sua prática busque que os administrados sejam informados de uma decisão já tomada sem nenhuma consulta a eles e, neste caso, os administrados podem exercer certa influência reagindo à decisão se esta não lhes convém, ficando, porém, a critério da administração rever ou manter sua decisão inicial. C) alcance o equilíbrio e mediação entre os objetivos da escola (a dimensão nomotética da tarefa) e os objetivos das pessoas (a dimensão ideográfica dos interesses dos indivíduos na organização) de modo a engajar a todos os membros da comunidade escolar no processo de sua gestão através da participação nas decisões, as quais tende a gerar o compromisso e o engajamento na busca e no alcance da missão da escola. D) envolve os administrados na formulação, análise e avaliação de opções, e formulam recomendações precisas e, neste caso, a administração pode aprovar, modificar ou rejeitar as propostas encaminhadas, cabendo-lhe em última instância a decisão final. E) permite que os administrados exerçam uma influência efetiva e direta na escolha ou rejeição de um plano de ação e na tomada de decisão e, neste caso, os colegiados (comitês, conselhos, congregações) são utilizados para a tomada de decisão comum, onde a decisão final fica a critério do gestor.
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Resposta:
A
Explicação:
Na administração centralizada do sistema de ensino, o administrador da unidade escolar tende a privilegiar seu "olhar" para as instâncias superiores da administração e, nas épocas de conflito trabalhista, na ânsia de manter as boas relações com o poder das esferas superiores, inclina-se a se comportar como "capataz" do patrão e a abandonar a solidariedade com os profissionais de sua escola. Sua mediação se dá apenas no interesse da burocracia superior. O resultado será, no desfecho da crise (em geral, greves), um clima de hostilidade e desconfiança entre ele e seus professores, o que implicará num ambiente inadequado para o trabalho pedagógico sob sua liderança e coordenação.
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