0DECLÍNIO DO IMPÉRIO DOS MACACOS'[...] Se somos uma evolução dos macacos, por que eles ainda existem? Digo que este erro é instrutivo porque corrigi-lo nos transforma: se aceitarmos uma noção falsa da evolução, esta frase representa um enigma profundo; -uando rejeitamos a falácia, ela perde todo o sentido (e se torna literalmente inteligível).Perde o sentido porque sua premissa é falsa. Se os ancestrais fossem grupos de criaturas cujos corpos fossem ,'ansformados, cada um deles, em seus descendentes, a existência humana excluiria a sobrevivência dos macacos. Mas é evidente que não é isto que queremos dizer quando afirmamos que certo grupo é ancestral do outro - ou então ão restaria mais nenhum réptil depois da evolução das aves ou dos mamíferos, ou nenhum peixe sobreviveria por--je houve um momento em que subiram para a terra e se transformaram nos anfíbios.© conforme tabelas das páginas 8 e 91Jay Gould refere-se a uma noção falsa em seu texto.Que noção é essa? [...] A evolução é um absurdo copiosamente ramificado, e, por isso, o fato dos seres humanos terem surgido a partir dos macacos significa apenas que um dos ramos dos arbustos dos macacos se ramificou, produzindo um broto chamado Homo sopiens, enquanto outros ramos do mesmo arbusto continuaram a evoluir por caminhosdicotômicos próprios, produ-—____zindo OS outros descenden- Dicotômico: dívvrr:tes que têm os mesmos ances- em dois.trais imediatos que nós - comoos gibões, os orangotangos, oschimpanzés e os gorilas, os chamados grandes macacos."GOULD, S. J. Dedo mindinho e seus vizinhos. Ensaios de histórv natural. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 292-293.Stephen Jay Gould (1941-2002). Paleontólogo e biólogo estadunidense. Reconhecido como o mais lido e conhecido divulgador científico da sua geração.
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A noção falsa apresentada por Jay Gould é a de que a evolução seria um processo de modificação dos corpos singulares dos macacos em seres humanos, de modo que evolução é compreendida incorretamente não como uma relação complexa de seres diferentes, mas como se fosse uma evolução direta de um único ser em outro.
Isto fundamenta um equívoco cognitivo que torna impossível compreender a teoria da evolução das espécies. Uma vez corrigido este equívoco a compreensão se torna possível e teoria pode passar a ser aceita do modo como ela é realmente.
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