08 de setembro de 2015
"Tá com dó? Leva para casa!" é uma daquelas frases icônicas, através das quais consegue
se avaliar se o interlocutor merece respeito ou um abraço forte e solidário. É utilizada por
pessoas com síndrome de pombo-enxadrista (faz sujeira no tabuleiro, joga ignorando regras
minimas de sociabilidade e sai voando, cantando vitória), normalmente diante do clamor para
políticas voltadas àquela gente pobre, parda, perdida ou violada que habita as frestas das
grandes cidades.
É só falar da necessidade de políticas específicas que garantam qualidade de vida para
esse pessoal mas, ao mesmo tempo, respeitem seu direito de ir e vir e ocupar o espaço público
que o povo vira bicho. Ou melhor, vira pombo.
Este tema não é novo por aqui, mas vi que a frase passou a ser usada diante da última
crise de refugiados na Europa. Gente empregando-a para negar a necessidade de acolher
refugiados, não só da Síria, mas da Ásia, África e América Latina. “Querem trazer mais deles
para o Brasil? Coloque-os na sua casa!"
Não viu esse tipo de coisa na sua timeline? Acha que o mundo é só solidariedade? Culpe
o algoritmo de sua rede social, que te colocou numa bolha cor de rosa. O mundo lá fora, minha
gente, é flicts.
Tanto na Europa quanto por aqui, ações individuais ajudam a mitigar o impacto inicial dos
refugiados, garantindo apoio a quem perdeu tudo. E é ótimo que seja assim. Mas eles devem
ser alvo, principalmente, de uma política pública, com intervenção direta do Estado, única
instituição com tamanho e legitimidade para garantir uma ação nacional, transnacional e de
escala. Porque isso também inclui a garantia da autonomia econômica e social às famílias,
Quem acha que o Estado é um simples entrave e não a forma que construímos para impedir
que nos devoremos, tem dificuldade de entender que o acolhimento de refugiados e migrante
não é caridade individual, mas sim a efetivação de
a efetivação de compromissos assumida
internacionalmente por um povo.
Ao mesmo tempo, o Estado é responsável por aprovar o mais rápido possível a nova
brasileira de migração, que facilita a acolhida de estrangeiros de locais com instabilidad
guerras, violações a direitos humanos. O projeto, já aprovado no Senado e que está em anál
na Câmara dos Deputados (PL 2516/15), repudia a xenofobia, tendo uma caráter m
humanitário que o Estatuto do Estrangeiro atual, um Walking Dead - morto, mas segue
atrapalhando. Não é a panaceia para todos os problemas, mas um passo importa
Migrantes geram riqueza para seus novos países, mas a narrativa é de que são custosos p
o poder público. Prova de que uma mentira contada mil vezes vira verdade.
Tenho dó é desse povo que tem medo de tudo e acha que a vida é uma selva do nosso Contra eles. Pessoal que pensa assim na boa sua vida deve ser ruim.
Anexos:
Soluções para a tarefa
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bom acho melhor você ir perguntar no baylin
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