Geografia, perguntado por eduardadejesusbordan, 8 meses atrás

07- Por que o Brasil e muitos países da América
não são considerados como do mundo Ocidental
seguindo os preceitos econômicos e
religioso? Como são chamados então?​

Soluções para a tarefa

Respondido por karlasilva9021
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Resposta:

Renata vidaque vc continue sendo essa pessoa maravilhosa que vc é que deus te abençoe hoje amanhãe sempre

Respondido por fernandaluciana463
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Resposta:

1Uma das principais marcas identitárias do Brasil é o catolicismo. Até fins do século xix, a Igreja Católica era a única instituição religiosa reconhecida oficialmente. Por isso, gozava de proteção do Estado para realizar sua expansão institucional e ao mesmo tempo era atuante na legitimação da colonização portuguesa.

2A separação entre Estado e Igreja se deu apenas com a instauração do regime republicano (1889). Para Mariano (2003), esta separação não só faz parte do processo de secularização como o impulsiona. Entretanto, as relações de cooperação entre as duas instituições foram estreitas até meados do século xx, e a liberdade religiosa plena sempre foi mais um discurso do que uma prática efetiva.

3Os desafios envolvendo a liberdade religiosa estão muito presentes na América Latina, e quiçá, para além de suas fronteiras. Oro e Ureta (2007), a respeito das constituições dos 20 países latino-americanos, mostram que três países (Argentina, Bolívia e Costa Rica) se declaram católicos e outros seis (Guatemala, El Salvador, Panamá, República Dominicana, Peru e Paraguai) fazem menção à Igreja Católica com “dispositivos particulares”, revelando tratamento desigual destas frente às demais.

4No Brasil, não obstante a constituição declarar separação entre Igreja-Estado, desde fins do século xix, as relações entre religião, políticas e Estado são muito estreitas. O estudo de Oro (2001) junto aos políticos do estado do Rio Grande do Sul (vereadores da capital e deputados estaduais) revela que 64% dos vereadores e 79% dos deputados, que responderam aos questionários da pesquisa, “consideram que a imagem de um político está socialmente comprometida caso se afirme sem vínculo religioso” (Oro, 2001:167). Assim, acreditam que poderiam ser prejudicados em suas votações caso afirmassem não possuir crenças religiosas.

5Neste artigo, analiso a emergência de atores políticos católicos, considerados localmente “políticos de igreja”, cuja atuação e formação como agentes políticos se deu em decorrência de desdobramentos do processo de constituição de espaços eclesiais. Estes possibilitaram a emergência de líderes católicos no contexto de descentralização paroquial no interior de Minas Gerais, no período pós-Concílio Vaticano II (1962-1965).

1 Não cito o nome dos atores sociais locais como forma de preservá-los. No mesmo sentido, não cito o (...)

6Especificamente faço uma análise do modo como a formação de comunidades de base e lideranças católicas se mostrou de suma importância no contexto político local,1 revelando encontros de campos de ações diferenciados: o religioso e o político. Neste sentido, minha análise aponta para o fato de que religião e política estão intimamente inter-relacionadas nas práticas políticas no interior do país e, possivelmente para além destes contextos. Apesar da ruptura formal entre o Estado republicano brasileiro e a Igreja Católica, estruturante da colonização do Brasil, este processo de separação foi sempre parcial e apresenta desafios importantes no contexto contemporâneo.

7A questão que procuro destacar neste texto, qual seja a emergência de atores políticos com discursos embasados em concepções religiosas católicas é consequência direta de transformações no catolicismo brasileiro de início da década de 1960, influenciadas pelas proposições advindas do Concílio Vaticano II. De entre estas se destaca a legitimidade de maior espaço de atuação de leigos em atividades religiosas na Igreja Católica. Isso, principalmente no Brasil, redundou na formação de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Nestas comunidades, grupos católicos se reúnem, muitas vezes sem presença do pároco e realizam algumas atividades rituais fundamentais à vivência cotidiana dos grupos católicos.

2 O nome Movimento da Boa Nova adveio de um dos principais cursos da fase inicial, intitulado “A Boa (...)

8No desenvolvimento do processo de constituição de novas práticas católicas foi formado o Movimento da Boa Nova (Mobon),2 com objetivo de propalar as novas resoluções advindas do Concílio Vaticano II. Este Movimento atuava e ainda atua no propósito de organizar comunidades e formar lideranças católicas leigas locais, responsáveis por dinamizar o catolicismo nas comunidades que têm características similares às CEBs que se espalharam pelo Brasil.

9O Mobon contribui para a valorização leiga, não obstante, dependia de alianças com párocos para que pudesse adentrar espaços eclesiásticos, onde pudessem ministrar seus cursos, propalando suas ideias e objetivos. A partir da década de 1980, com a consolidação da redemocratização brasileira, os cursos passaram a apresentar uma estreita relação entre religião e política.

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