03) O que inspirou o nome da dança VOGUE ?
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surgido nos anos de 1960, foi popularizada 20 anos depois imita pose de modelos nas revistas de moda o nome veio justamente da revista Vogue
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CURIOSIDADES 6. 6. 2019
Uma breve história sobre o voguing, contada pela Vogue
by Sarah Schijen
Quarenta anos depois do fenómeno de dança ter surgido nos ballrooms de Harlem, o voguing está a experienciar um renascimento mainstream pós-Madonna. A Vogue olha para o movimento que encontrou inspiração nas suas páginas e transformou-se numa forma de expressão e identidade para a comunidade queer.
“Come on, vogue, let your body move to the music…” Para muitos, o single de Madonna será o primeiro encontro com o voguing enquanto dança, moda e subcultura. Outros saberão o que é fazer vogue graças ao documentário de 1990, Paris is Burning, ou através de fenómenos televisivos como RuPaul’s Drag Race e Pose. Mas porque é que o voguing está tão presente na nossa consciência cultural e, ainda assim, com tão pouco conhecimento sobre as suas origens e sobre o porquê de ter o nome da revista Vogue?
AS ORIGENS DO VOGUING
Uma imagem do documentário Paris is Burning, 1990 ©Movie Still
Uma imagem do documentário Paris is Burning, 1990 ©Movie Still
O voguing tem as suas origens nos ballrooms de Nova Iorque dos anos 80, tendo sido criado pelas comunidades negras e Latinx queer de Harlem. Entre as décadas de 60 e 80, as competições drag da cidade foram evoluindo de bailes estilo pageantry a batalhas de voguing. Os participantes trans, gay e queer competiam não só pelos troféus, mas também pela reputação das suas “house family”, ao desfilarem em categorias como Executive Realness ou Town & Country.
Era comum que estas casas encontrassem o seu nome nas mais proeminentes maisons de Moda de Paris e Milão, com os membros de cada família a utilizarem o nome da casa como apelido — veja-se o exemplo de estrelas contemporâneas de voguing como Asia Balenciaga, Dashaun Lanvin, Tamiyah Mugler e Cesar Valentino. As mães ou pais de cada casa ofereciam uma espécie de família de acolhimento para muitos membros da comunidade que eram socialmente marginalizados, fosse pelo género, pela sexualidade ou pela etnia, e que se apoiavam mutuamente na aceitação e segurança do mundo ballroom, que era também visto como algo marginal na comunidade gay de Nova Iorque dos anos 80.
Willi Ninja e um bailarino na discoteca Mars em Nova Iorque, 1988 ©Getty Images
Willi Ninja e um bailarino na discoteca Mars em Nova Iorque, 1988 ©Getty Images
Foi aí, nas estruturas do mundo ballroom, que nasceu o voguing — um estilo de dança inspirado nas poses que as modelos faziam nas páginas da Vogue, e igualmente influenciado pelos hieróglifos do Antigo Egito e pelos movimentos de ginástica. Frequentemente, a persona adotada pelos voguers era uma paródia codificada da feminilidade tradicional, que tanto glorificava como subvertia ideais de beleza, sexualidade e classe. Como um ball-goer descreve no documentário de Jennie Livingston Paris is Burning, “para nós, os balls são o mais perto que alguma vez estaremos de toda aquela realidade de fama, fortuna, estrelato e ribalta.”
O voguing era uma forma dos ball-goers contarem a sua história, mas também uma resposta à crise da SIDA. Também era algo satírico, divertido e cómico, com os participantes a copiarem as poses das modelos da Vogue através de posições paradas ou movimentos que replicavam o ato de maquilhar ou arranjar o cabelo. O voguing era uma batalha, e o vencedor era aquele que conseguisse “lançar o melhor shade”.