01 – Qual era a teoria chamada de “Distinção formal” defendida por Duns Scotto? * 1 ponto a) A crença na teoria nominalista b) A diferença entre formalidade e realidade c) Uma crítica a Santo Agostinho d) Uma terceira via entre a distinção da razão e da realidade.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Resposta 1 D E 2 C
Explicação:
Para Scotto, "distinção formal" é uma terceira via entre a distinção da razão e da realidade. Logo, a alternativa D é a correta.
Quando percebemos algo ou alguém, percebemos de um modo concreto e de um modo abstrato. No processo concreto, vemos a matéria da pessoa, por exemplo: sua presença em carne e osso. No processo abstrato, encontramos formas universais como sua humanidade, sua animalidade, sua racionalidade. Mesmo das características físicas, abstraímos universais como "branquitude", altura etc.
Esta é a distinção aristotélica clássica entre matéria e forma, respectivamente.
Se tudo é composto por matéria e forma, ainda resta uma questão: o que determina não a diferença específica (da espécie em relação a outras espécies), mas a diferença individual?
São Tomás de Aquino, seguindo os passos de Aristóteles, responde que a forma é sempre específica, ou seja: refere-se somente a espécie. A diferença entre os indivíduos, portanto é determinada pela matéria.
- Exemplificando: entre você e eu, a diferença que ocorre é apenas material, como se fôssemos "recortados" de uma maneira diferente.
Duns Scotto diz que isso não pode ser assim, pois a bíblia indica que a alma individual é imortal. Se a alma individual é imortal, ela não pode desaparecer no instante da morte, quando se desfaz o sínolo (matéria + forma). Por isso Scotto propõe um princípio formal de individualização.
O princípio de individualização e o haecceitas: haecceitas indica a formalidade ou perfeição pela qual cada ente é o que é e se distingue de todo outro ente. A individualidade é o ponto central de Scotto. A pessoa pode se comunicar, condicionar e ser condicionada, mas não perder sua identidade. O ente pessoal é um universal concreto, porque, em sua unicidade, não é parte de um todo, mas sim um todo no todo.
A solução de Tomás caberia, portanto, a seres menos individualizados, como os seres minerais. Com a solução de Scotto, cria-se a possibilidade de uma ciência da individualidade, não sendo mais possível dizer, como Tomás, que o indivíduo é inefável. Esta ciência da individualização, para a teologia católica e a filosofia ocidental, é sinônimo de ciência da salvação.
Posteriormente, essa ciência da individualização permanece com Leibniz, mas se perde com René Descartes, que substitui o princípio de Scotto por um eu atomístico.
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