(UENP/2010) Do ponto de vista sociológico, o Brasil se constituiu sobre o mito da democracia racial principalmente depois da publicação de Casa grande e senzala de Gilberto Freyre (2003). De acordo com Florestan Fernandes (1965) o ideal de miscigenação fora difundido como mecanismo de absorção do mestiço não para a ascensão social do negro, mas para a hegemonia da classe dominante. O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos:
1) o mito do bom senhor; 2) o mito do escravo submisso.
Analise as afirmações:
I. A crença no bom senhor exalta a vulgaridade das elites modernas, como diria Contardo Calligaris, e juntamente com uma espécie de pseudocordialidade seriam responsáveis pela manutenção e o aprofundamento das diferenças sociais.
II. O mito do escravo submisso fez com que a sociedade de um modo geral não encarasse de frente a violência da escravidão, fez com que os ouvidos se ensurdecessem aos clamores do movimento negro, por direitos e por justiça.
III. As proposições legislativas sobre a inclusão de negros vão desde o Projeto de Lei que reserva aos negros um percentual fixo de cargos da administração pública, aos que instituem cotas para negros nas universidades públicas e nos meios de comunicação. Assinale a opção adequada ao mito de escravo submisso:
somente a afirmação I é correta.
somente a afirmação II é incorreta.
as afirmações II e III são corretas.
apenas a afirmação II é correta.
as afirmações I e II são incorretas.
Soluções para a tarefa
Resposta:
somente a afirmação II é incorreta.
Explicação:
Dentre as opções de resposta verifica-se que é incorreto afirmar que O mito do escravo submisso fez com que a sociedade de um modo geral viesse a NÃO encarar de frente a violência da escravidão, fazendo com que os ouvidos se ensurdecessem aos clamores do movimento negro, por direitos e por justiça. Sistematizado na obra Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, o conceito de democracia racial coloca a escravidão para fora da simples ótica da dominação. A condição do escravo, nessa obra, é historicamente articulada com relatos e dados onde os escravos vivem situações diferentes do trabalho compulsório nas casas e lavouras. De fato, muitos escravos viveram situações em que desfrutavam de certo conforto material ou ocupavam posições de confiança e prestígio na hierarquia da sociedade colonial. Os próprios documentos utilizados na obra de Freyre apontam essa tendência, mas não foi tal situação que fez com que a sociedade encarasse os problemas inerentes a esta situação.